Crush Daddy and Jericho James fuck on the deck – Shore Things
A chuva batia no toldo de zinco da oficina com um som que alternava entre um tamborilar e um tinir metálico. Jordan estava com as mãos até os cotovelos dentro das entranhas de uma Bel Air 1957, tentando afinar o carburador pelo som e pelo tato. A luz era fraca, um único refletor pendurado que balançava com o vento que entrava pela porta semiaberta.
Nash apareceu na abertura, a silhueta dele escura contra o cinza do fim de tarde encharcado. Não disse nada. Apenas tirou a jaqueta de couro molhada, sacudiu-a e pendurou-a num prego torto na parede. Seus movimentos eram lentos, deliberados, como os de um homem que está decidindo algo de grande peso.
Jordan sabia que ele estava ali. Sentiu o ar mudar, ficar mais pesado. Continuou mexendo nas peças, os dedos ágeis entre molas e parafusos, mas sua atenção toda estava voltada para o homem parado à sua espera.
“Precisa de algo?” Jordan perguntou, a voz ecoando um pouco no casco de metal do carro.
“Preciso que você me escute,” a voz de Nash era rouca, carregada de uma emoção contida. “Dessa vez, até o fim.”
Jordan puxou as mãos para fora, limpando-as num trapo sujo de graxa. Seus olhos, sempre tão focados nos detalhes mecânicos, finalmente encontraram os de Nash. Havia uma tempestade lá dentro, igual à de fora, mas mais antiga.
“Eu escutei da última vez, Nash. Escutei você dizer que ia embora. Escutei a porta bater.”
“Eu não falei tudo,” Nash admitiu, os ombros curvando-se um pouco sob o peso da confissão. “Falei da raiva, falei do cansaço. Mas não falei do medo.”
O vento uivou, entrando pela porta e fazendo a luz balançar. As sombras dançaram sobre o rosto sério de Jordan.
“Medo do quê?”
“De ficar,” Nash disse, a palavra saindo como um suspiro. “De ficar e ver o que a gente tem se tornar algo comum, desbotado. De um dia acordar e você ser só o cara que divide a conta de luz comigo. Achei que se eu fosse embora, se eu quebrasse tudo, estaria salvando a ideia que a gente teve do que poderia ser.”
Jordan ficou em silêncio por um longo momento. O cheiro de gasolina, óleo e chuva misturava-se no ar. Ele olhou para as mãos, sujas do trabalho honesto do dia, e depois para o rosto de Nash, sujo da poeira da estrada e da indecisão.
“E agora?” Jordan perguntou, sua voz mais suave.
“Agora eu entendo que quebrar algo não preserva a beleza que ele tinha. Só faz cacos.” Nash deu um passo à frente, a luz agora iluminando a expressão vulnerável em seu rosto. “E eu não quero os cacos do que a gente era, Jordan. Eu quero… consertar. Se ainda der. Se você deixar.”




