Cody Arizona and Baxxx flip fuck

A poeira do deserto de Arizona grudava na pele de Cody como uma segunda camada. Ele dirigia sua picape velha por estradas que só ele e os coyotes conheciam, consertando cercas e verificando bombas de água em ranchos isolados. Sua vida era sol, silêncio e solidão. Era tudo que ele pensava que queria.
Até encontrar Baxxx.
Baxxx não era um homem do deserto. Ele era uma tempestade urbana presa no lugar errado. Sua moto quebrou na estrada secundária que levava ao rancho dos Arizona, e ele estava ali, vestindo couro preto sob um sol de 40 graus, praguejando contra o motor fumegante.
Cody parou sua picape, o hábito de ajudar um vizinho – mesmo um que ele não conhecia – mais forte que seu desejo de solidão.
“Precisa de uma carona?” sua voz saiu áspera, não usada há dias.
Baxxx ergueu os olhos, seu rosto marcado por uma expressão de raiva e desamparo que logo se transformou em alívio. “Só se essa carona vier com um galão de água gelada.”
Era tudo que Baxxx disse. Mas a maneira como ele disse, com uma intensidade crua e direta, fez Cody olhar uma segunda vez.
A viagem até a cidade mais próxima foi feita em silêncio, mas não era desconfortável. Era uma trégua. Cody sentia a energia diferente de Baxxx – uma ferocidade contida, uma história não contada que ecoava sua própria quietude intencional.
Baxxx, por sua vez, via a força silenciosa de Cody, a maneira calma com que ele dominava a estrada poeirenta, sua presença serena como as montanhas ao longe.
Os dias se passaram e a moto de Baxxx esperava por uma peça. Cody, inexplicavelmente, ofereceu o velho trailer em sua propriedade para ele ficar. Era um risco. Uma invasão em seu santuário.
Mas Baxxx não invadiu. Ele se integrou. Ele consertou a cerca que Cody ignorava há meses. Cozinhou jantares picantes que faziam os olhos de Cody lacrimejarem. E à noite, eles sentavam na varanda, olhando as estrelas queimando no céu escuro, e a quietude entre eles não era mais solidão. Era companheirismo.
Uma noite, o vento estava frio. Eles estavam encostados na picape, bebendo café amargo. Seus braços se roçaram, e a faísca foi tão real e intensa quanto um raio no deserto.
Cody se virou. Baxxx já estava olhando para ele, seus olhos refletindo a luz da lua, cheios da mesma pergunta que ardiam no peito de Cody.
Sem uma palavra, Cody fechou a distância. Seus lábios se encontraram num beijo que sabia a poeira, café e promessas não feitas. Foi áspero e suave, desesperado e calmante. Era a tempestade de Baxxx encontrando a terra firme de Cody, e descobrindo que se encaixavam perfeitamente.
Quando se separaram, ofegantes, Baxxx encostou a testa na de Cody.
“Ficando cansado da solidão, vaqueiro?” ele sussurrou, sua voz rouca.
Cody abriu um pequeno sorriso, um gesto raro e precioso.
“Acho que só estava esperando a tempestade certa.”