Clubhouse Fuck Part 1 – Cadan Cash, Coach Bator, Cooper Ray, David_SFXXX, Fox Rosa, JoeystPatrick, Luis Logan, Pup Joki, Ryan Spade-NYSEEDxxx
O **Fox Rosa’s** não era apenas um bar. Era um porto seguro para náufragos urbanos, uma galeria de personalidades peculiares e, naquela noite de terça-feira, o epicentro de uma crise sentimental que envolvia metade da sua clientela habitual.
De um lado da balcão de madeira polida, **Cadan Cash** martelava o celular, seu rosto iluminado pela luz fria das cotações da **NYSEEDxxx**. “É tudo uma ilusão, Fox. Números em telas. Nada é real,” ele resmungou para o dono do bar, **Fox Rosa**, que polia um copo com um olhar filosófico.
“Do outro lado, **Ryan Spade** fazia estragos em um guardanapo com um lápis de carpinteiro. “Preciso de uma forma nova,” ele murmurou para ninguém em particular, seus olhos perdidos em um bloco de mármore imaginário. Ryan era a antítese ambulante de Cadan: onde um via linhas de código e gráficos, o outro via curvas, negativos e potenciais esculpidos na matéria bruta.
O interesse deles um pelo outro era um segredo de polichinelo para todos, menos para eles mesmos. **Luis Logan**, o chef do food truck estacionado do lado de fora (“Los Logans”, especialidade: tacos de linguiça com abacate), já havia feito uma aposta com **Coach Bator**, o personal trainer obcecado por eficiência que malhava no canto.
“Mais duas semanas de dança do acasalamento antes que um faça uma jogada,” disse Luis, grelhando cebolas.
“Uma semana e meia. Aposto um mês de sessões de HIIT,” retrucou Coach Bator, ajustando seu monitor cardíaco.
O impasse romântico ameaçava a paz do estabelecimento. **Pup Joki**, o DJ residente, tentava em vão criar uma vibe com suas seleções, mas o clima permanecia tenso. **Cooper Ray**, poeta local e bebedor de *espresso* duplo, já estava rascunhando um soneto sobre “Dois Ídolos de Gelo Derretendo em Solidão Paralela”.
A gota d’água veio de **David_SFXXX**, o gênio técnico e sommelier de *craft beer* do bar. Ele estava cansado da energia ruim que afetava as vendas da cerveja IPA que ele tanto amava. Armou um plano.
“Acidente de iluminação no setor do balcão. Fiquem calmos,” ele anunciou, antes de desligar misteriosamente os *spots* exatamente sobre Cadan e Ryan, mergulhando-os em uma penumbra íntima e acidental.
No silêncio constrangedor e escuro, a voz de Ryan ecoou, tímida. “Seu gráfico… parece um mergulho livre.”
Cadan, ofuscado, virou-se. “Seu guardanapo… parece a Pietà se ela tivesse sido esculpida durante um terremoto.”
Um sorriso. Depois, uma risada. A primeira genuína em semanas.
Fox, percebendo a abertura, deslizou duas canecas de uma *stout* especial criada por David. “Por conta da casa. Para celebrarem o fim da seca… emocional.”
Encorajados pela escuridão tática e pelo álcool de qualidade, as palavras começaram a fluir. Cadan falou sobre o vazio das conquistas materiais; Ryan, sobre o medo de que sua arte nunca encontrasse um lar. Descobriram que ambos tinham medo de se expor, cada um à sua maneira.
“Eu preciso de um novo projeto,” confessou Ryan. “Algo que não seja só eu e o silêncio do estúdio.”
“Eu preciso de algo que seja real,” sussurrou Cadan. “Algo que não possa ser vendido ou comprado em lote.”
Foi então que **JoeystPatrick**, o contador pragmático do bar que observava tudo com uma planilha de custo-benefício mental, deu seu veredito. “Parceria estratégica óbvia,” ele disse, passando por eles com uma bandeja de *shots*. “Você, Cash, tem capital e visão de mercado. Você, Spade, tem produto e alma. Por que não criam algo juntos? Uma linha de móveis-escultura. *Limited edition*. Arte investível.”
A ideia pairava no ar, eletrizante. Não era só um flerte; era uma proposta, uma ponte entre dois mundos.
Naquela noite, o Fox Rosa’s testemunhou o nascimento de algo. Pup Joki finalmente encontrou a trilha sonora perfeita, uma mistura suave de *deep house* e *folk* eletrônico. Luis Logan enviou uma porção de tacos especiais, “na conta do Coach Bator”, que acenou, admitindo a derrota na aposta com um sorriso. Cooper Ray rasgou o soneto melancólico e começou um novo: “Ode a Uma Fusão Hostil e Belíssima”.
Cadan e Ryan saíram do bar juntos, não mais como ilhas isoladas, mas como sócios de um projeto arriscado e emocionante. O ar da cidade parecia diferente, carregado de possibilidade. Eles tinham muito a planejar, muito a discutir. Mas, pela primeira vez, o futuro não parecia uma tela de números ou um bloco de pedra sólida. Parecia algo que poderiam moldar, juntos, com suas próprias mãos. E, quem sabe, no processo, descobrir que a peça que faltava em suas vidas não era um projeto ou uma obra de arte, mas a pessoa sentada do outro lado do balcão, à espera de uma faísca para incendiar o mundo.




