Check Out the View – Mika Ayden and Jack Valor fuck
O ar no “Nebulosa” estava carregado do cheiro de óleo de hidráulico, cerveja derramada e o zumbido baixo de conversas de tripulações estelares. Jack Valor encostou-se à parede de metal, seu sobretudo de piloto manchado de graxa, observando o vai e vem com um desdém familiar. Ele era um Corsário, um transportador de cargas “discretas” que não fazia perguntas. Sua vida era sua nave, o *Dragão Sombrio*, e o vasto vazio entre os sistemas. Era uma existência solitária, e ele preferia assim.
Até ver *ela*.
Ela estava sentada sozinha em um booth no canto, iluminada pelo néon azul de um anúncio de peças sobressalentes. Envolvia-se em um casaco fino, mas sua postura era desafiadoramente ereta. Seus dedos dançavam sobre um *datapad*, linhas de código fluindo como poesia. Seu rosto era uma mistura intrigante de suavidade e ferocidade, com uma cicatriz fina cortando uma de suas sobrancelhas. Mika Ayden. O nome chegou até ele em sussurros. Uma *Hacker de Sistemas*. A melhor. E a mais procurada.
Jack sentiu um impulso que não sentia em anos. Não era apenas por sua beleza; era pelo perigo que emanava dela. Ele se aproximou, deslizando para o assento oposto ao dela.
“O espaço é vasto demais para se sentar sozinha”, ele disse, sua voz um rosnado baixo.
Mika nem sequer olhou para cima. “E os bares são pequenos demais para abordagens baratas. Vá embora, Corsário.”
Jack sorriu. Ele gostava dela. “Ouvi dizer que você pode abrir qualquer fechadura digital no universo.”
“Ouvi dizer que você pode entregar qualquer coisa em qualquer lugar”, ela contra-atacou, seus dedos parando. Ela finalmente ergueu os olhos. Eles eram da cor da ametista, e tão afiados quanto um fragmento de vidro. “Isso não significa que eu queira trabalhar com você.”
“É sobre o ‘Coração de Kylos'”, ele baixou a voz.
O *datapad* de Mika escureceu. O “Coração de Kylos” era uma lenda. Um cristal de dados que supostamente continha os segredos de uma raça ancestral extinta. Também era guardado pelo Syndicate mais perigoso da galáxia.
“Suicídio”, ela declarou, mas ele viu o brilho de interesse em seus olhos. O brilho de um desafio.
“Ou a maior pontuação de todos os tempos”, ele argumentou. “Eu consigo a nave. Você consegue o caminho. Uma parceria. 50/50.”
Mika estudou seu rosto. Ele via a desconfiança nela, mas também a curiosidade intelectual, a sede de provar que poderia vencer o sistema invencível.
“Por que você viria até mim? Há outros hackers.”
“Porque eles têm medo”, Jack respondeu, inclinando-se para a frente. “Você não. Eu vejo isso. É o mesmo olhar que eu vejo no espelho.”
Aquela foi a chave. Uma semana depois, eles estavam a bordo do *Dragão Sombrio*, mergulhando no espaço silencioso em direção à fortaleza do Syndicate. Os dias foram uma dança de tensão e competência forçada. Jack pilotava com uma intuição visceral, sentindo a nave como uma extensão de si mesmo. Mika era pura lógica, seus dedos voando sobre os consoles, criando brechas em firewalls e desativando sistemas de segurança com a elegância de uma compositora.
“Virando à esquerda em 3… 2… agora!”, ela ordenava.
“Já estou virando, professora”, ele resmungava, mas um sorriso tocava seus lábios.
Durante as longas horas de viagem em dobra espacial, eles falavam. Jack falava sobre crescer em docas espaciais, aprendendo a pilotar antes de aprender a ler. Mika falava sobre ser uma órfã nas ruas tecnológicas de Nova Tóquio, usando sua mente para sobreviver. Eles eram opostos completos: ele, força bruta e instinto; ela, intelecto e precisão. Mas na escuridão do espaço, suas feridas pareciam iguais.
A missão foi um pesadelo de luzes piscantes e alarmes silenciados. Dentro do complexo, cercados por guardas e armas, sua dança tornou-se simbiótica.
“Jack, esquerda!”, ela gritou, e ele atirou sem hesitar, acertando um guarda que ele nem tinha visto.
“Mika, preciso que você desative este escudo, AGORA!”, ele rosnou, segurando uma porta contra um jato de plasma.
“Quase… lá!”, ela sussurrou, suando. O escudo caiu.
Eles pegaram o cristal. A fuga foi uma blur de manobras impossíveis e códigos de desvio. Quando finalmente saltaram para a dobra espacial, a salvo, a adrenalina baixou e eles desabaram na ponte, ofegantes.
Jack olhou para Mika. Seu rosto estava pálido, sujo de fuligem, mas seus olhos brilhavam triunfantes. Sem pensar, ele estendeu a mão e limpou uma nódoa em sua face. Ela não recuou.
“Foi… incrível”, ela admitiu, sua voz um fio de som.
“Foi”, ele concordou, sua mão ainda em seu rosto.
E então ele a beijou. Não foi gentil ou pedindo permissão. Foi um beijo de pura, crua emoção, um turbilhão de medo, triunfo e uma atração que fervilhava entre eles desde aquele bar. Foi um colisão de dois mundos, e para sua surpresa, Mika correspondeu com a mesma intensidade, seus dedos se enterrando nos cabelos dele.
Quando se separaram, ofegantes, o *Dragão Sombrio* zumbia suavemente ao redor deles.
“Então”, Jack disse, sua testa encostada na dela, um sorriso verdadeiro estampado em seu rosto pela primeira vez em uma década. “Parceria 50/50?”
Mika soltou uma risada, um som que ele nunca tinha ouvido antes, leve e genuíno. “60/40. Meus códigos foram a parte mais importante.”
Jack riu, uma risada profunda e real que ecoou na ponte silenciosa. Ele sabia que sua vida de solidão tinha acabado. Ele não tinha encontrado apenas uma parceira. Encontrara uma tempestade.




