ChaosMen: Brunette Blaze Burton pounded by Peyton
A cidade de Cinzário vivia envolta em névoa perpétua, um lugar onde as cores pareciam ter desertado por tédio. O único ponto de contraste era uma pequena galeria de arte na Rua das Sombras, chamada “Brunette Blaze”. Seu dono, um fotógrafo conhecido apenas como Blaze, era um homem de cabelos escuros como breu e olhos que guardavam a intensidade de um fogo abafado. Ele não tirava fotos comuns; ele capturava emoções puras e as revelava em cores tão vibrantes que pareciam gritar contra a monotonia do mundo exterior.
O trabalho de Blaze era um mistério. Dizia-se que suas fotografias tinham o poder de evocar a memória exata de um sentimento em quem as observasse. A tristeza de um adeus era um azul profundo e úmido. A raiva, um vermelho serrilhado e quente. A galeria estava sempre vazia, pois poucos se atreviam a encarar suas verdades tão vívidas.
Uma tarde, a porta da galeria rangeu, interrompendo o silêncio denso. Entrou Peyton, uma jovem cartógrafa que mapeava não terrenos, mas estados de ânimo para um projeto de realidade virtual. Era meticulosa, lógica, e acreditava que todas as emoções podiam ser catalogadas e medidas. A névoa cinzenta, para ela, era apenas um dado climático. Mas ultimamente, seus mapas pareciam vazios, planos. Falta-lhes algo que ela não conseguia nomear.
— Procuro por Blaze — disse ela, sua voz ecoando no espaço branco e vazio, pontilhado por aquelas explosões de cor nas paredes. — Ouço que você captura o inefável. Preciso entender… o que é a nostalgia?
Blaze, que observava de um canto escuro, saiu à luz. Ele não sorriu.
— A nostalgia não é para ser entendida, Peyton. É para ser sentida. E o sentimento tem um preço.
— Qual preço? — perguntou ela, desconfiada.
— Uma memória. Uma memória real, sua, em troca da sua fotografia da nostalgia.
Peyton hesitou, mas a necessidade profissional (ou seria pessoal?) falou mais alto. Ela concordou. Blaze a guiou até um estúdio no fundo da galeria, onde não havia câmeras à vista, apenas um grande prisma pendurado no centro. Ele pediu que ela pensasse na memória que daria em troca.
Peyton fechou os olhos e ofereceu a lembrança do cheiro do café da manhã de sua avó, aos domingos. Era doce, quente e segura.




