Chacal Moreno and Gabriel Paxxeco fuck

O vento soprava folhas secas pela praça vazia quando Chacal Moreno a viu pela primeira vez. Não foi um encontro comum. Ele, um artista de rua com mãos calejadas e um coração cheio de sonhos não vividos, pintava um mural no muro cinza de um prédio abandonado. As cores que brotavam de seus sprays eram gritos de um mundo interior que poucos viam.

Ela, Gabriel Paxxeco, era o contrário. Caminhava com a precisão de quem tinha um destino, trajando um terno impecável que parecia repelir a poeira da cidade. Seus olhos, no entanto, eram os de um pássaro engaiolado, observando o voo livre dos pombos com uma inveja discreta.

Naquele dia, um jato de tinta vermelha escapuliu do controle de Chacal, manchando a manga imaculada do terno de Gabriel. Ele esperou pela fúria, pelo desdém. Em vez disso, viu os lábios de Gabriel se curvarem em um sorriso tímido.

“Finalmente, um pouco de cor”, ela disse, a voz mais suave do que ele imaginara.

Chacal, atordoado, ofereceu-se para limpar. Gabriel recusou. “Pinte algo aqui”, pediu ela, apontando para a mancha. “Algo que seja só meu.”

Naquela tarde, o artista e a executiva sentaram-se no chão, ignorando o mundo. Chacal, com um pincel fino, transformou a mancha vermelha em uma pequena rosa, com espinhos e tudo. Gabriel riu, um som raro e genuíno que fez o coração de Chacal bater descompassado.

Os encontros tornaram-se rotina. Gabriel começou a fugir mais cedo do trabalho. Trocaram histórias: ele falou de noites frias sob pontes e da fé inabalável na beleza; ela falou de jantares silenciosos e da solidão em salas cheias de gente. Ele a chamava de “Gabri”, um nome que ninguém mais usava, que soava como um segredo entre eles. Ela o chamava de “Chacal”, roubando a ferocidade do nome e transformando-o em algo terno.