Carlos Ruivo (carlosxxl) – a jerk and fuck compilation
Carlos Ruivo era conhecido na internet como **carlosxxl**, um ilustrador digital cujos personagens viviam aventuras épicas em mundos de fantasia. Seu traço era forte, suas cores vibrantes, e suas histórias, cheias de ação. Fora da tela, no entanto, Carlos era um homem quieto, de estatura mediana e sorriso contido, que preferia a solidão aconchegante do seu apartamento ao burburinho da cidade.
Seu refúgio era uma pequena livraria independente, especializada em graphic novels. Ele ia toda quarta-feira, sempre no mesmo horário, em busca de inspiração e do cheiro de papel novo.
Foi em uma dessas visitas que ele viu Ana pela primeira vez. Ela estava atrás do balcão, absolutamente imersa em um livro de poesia, com um lápis entre os dedos e uma madeixa de cabelo castanho caindo sobre o rosto. Carlos notou as finas tatuagens de constelações em seu pulso e como ela mordiscava a ponta do lápis ao se concentrar.
O ritual se repetiu por semanas. Ele observava, discretamente, os livros que ela lia, os cadernos que comprava, o jeito que organizava as prateleiras com um cuidado quase reverencial. Ele, que criava mundos barulhentos e cheios, sentia uma calma estranha só de vê-la.
Um dia, ele se encorajou. Em vez de pegar a graphic novel da semana, foi até a seção de poesia, um território totalmente desconhecido. Ficou perdido, folheando um livro com páginas quase em branco, até que uma voz suave surgiu ao seu lado.
“Esse é um dos meus favoritos. Mas é traiçoeiro. Ele te convida a preencher os espaços vazios.”
Era Ana. Seus olhos verdes estavam fixos nele, com um brilho de curiosidade amigável.
Carlos, surpreso, engasgou com as palavras. “Eu… eu não entendo muito de poesia. Sou mais das imagens.”
“Mostre-me”, ela disse simplesmente.
Na semana seguinte, Carlos voltou à livraria com um sketchbook sob o braço. Em vez de entregá-lo, abriu-o na frente dela. Em uma página, havia um desenho da livraria, vista de seu ângulo habitual. Na seguinte, um close de suas mãos segurando o livro de poesia. E na última, um retrato dela, tão fiel e ao mesmo tempo tão idealizado, que Ana ficou sem ar.
“Você é… o carlosxxl?”, ela perguntou, reconhecendo o estilo inconfundível de uma arte que ela seguia online.
Ele corou, confirmando com um aceno. “As suas constelações… eu quis desenhá-las para ver se achava o meu caminho até aqui.”
A partir daquele dia, as visitas de Carlos já não eram mais apenas às quartas. Ana começou a ilustrar as margens dos livros de poesia com pequenas figuras inspiradas nos personagens dele. Ele, por sua vez, começou a criar uma série de quadrinhos silenciosos sobre um ilustrador tímido e uma livreira que falava com as estrelas.
Carlos, o **carlosxxl** que preenchia cada centímetro quadrado da tela com ação e detalhe, aprendeu com Ana a valorizar o poder da pausa, do não dito, do espaço em branco onde a imaginação respira. E Ana, que amava as palavras solitárias dos poetas, descobriu uma nova narrativa — uma que se desenrolava não em versos, mas no traço seguro da mão de Carlos, no silêncio compartilhado entre uma xícara de chá e o riso abafado, no mapa único que as constelações dos seus pulsos estavam desenhando, juntos.
O amor deles não foi um evento grandioso ou épico. Foi um preenchimento suave e paciente, como tinta correndo no papel, colorindo os espaços vazios que, sem que eles soubessem, sempre estiveram ali, esperando.




