Caio Veyron fucks Nacho Newson
Caio Veyron dirigia pela estrada costeira, um ronco suave e poderoso emanando do motor de seu carro esportivo. Ele estava sempre em movimento, fugindo de um passado que parecia alcançá-lo no retrovisor. Sua vida era calculada em cavalos de potência e rotas de fuga.
Nacho Newson era o dono de “La Canción”, uma pequena livraria e café com cheiro de papel velho e canela. Sua vida era feita de histórias alheias, organizadas meticulosamente em prateleiras coloridas. Ele era um ponto fixo, um porto seguro para as palavras.
Um dia, uma chuva torrencial, cega e imprevista, forçou Caio a sair da estrada e buscar refúgio no primeiro lugar iluminado que viu: “La Canción”.
A porta bateu com um sino, e ele entrou, um furacão de nervosismo e roupas de grife encharcadas no mundo quieto e terroso de Nacho.
— Está um dilúvio lá fora — disse Caio, mais como um fato do que uma conversa.
— A melhor companhia para um dilúvio é um bom livro e um café quente — respondeu Nacho, sem levantar os olhos de um volume que encadernava. — A menos que você prefira acelerar e tentar fugir da nuvem.
A observação, tão certeira, fez Caio rir. Ele não ria daquela forma, genuinamente, há anos. Nacho finalmente olhou para ele, e seus olhos não eram de julgamento, mas de curiosidade tranquila.
Caio ficou até o café fechar. E voltou no dia seguinte, com a desculpa de terminar o livro que havia começado. Nacho sempre tinha uma recomendação perfeita, como se lesse na alma de Caio, não nas páginas.
Caio, que sempre mediu sua vida em velocidade, descobriu uma nova unidade de medida: o tempo. O tempo que levava para o sorriso de Nacho alcançar seus olhos. O tempo que uma tarde passava quando eles conversavam sobre tudo e nada. O tempo que o coração dele levou para perceber que havia, finalmente, encontrado um lugar para estacionar.
E Nacho, que sempre acreditou que as melhores histórias estavam nos livros, descobriu uma ainda mais emocionante: a que estava sendo escrita a cada dia, naquele café, entre as prateleiras, com aquele homem que havia entrado na chuva e decidido ficar para ver o sol.




