Caio Veyron breeds Cole Bentley (natashyboi)

O vento soprava frio pelas ruas de pedra de Montmartre, mas Caio Veyron não o sentia. Encurralado entre a tela branca e o vazio da sua mente, ele mal notava o crepúsculo dourado que banha Paris. Seus dedos, manchados de tinta azul-ultramarino, tamborilavam na moldura vazia. A exposição era em três meses, e ele não tinha uma única obra que capturasse a essência que procurava: movimento puro, velocidade congelada.
Foi então que um rugido abafou o sussurro da cidade.
Não era o ruído comum de um carro qualquer. Era uma sinfonia de potência contida, um grave profundo que ecoava entre os prédios antigos. Instintivamente, Caio se virou. E viu.
Estacionado com uma arrogância casual na curva da rue Lepic, estava um automóvel que parecia saído de um sonho futurista. Um Bentley Continental GT, tão largo e imponente quanto uma escultura de Henry Moore, com uma pintura em um verde profundo que parecia mudar com a luz. E ao lado dele, inclinado contra a porta do motorista, estava um homem que parecia a personificação humana daquela máquina.
Cole Bentley vestia um sobretudo de lã cinza, simples mas cortado à perfeição. Seus olhos, da cor do aço, percorriam a paisagem com uma calma analítica que contrastava com a ferocidade latente de seu carro. Ele parecia tão fora de lugar quanto uma orquídea em um campo de trigo, e exatamente por isso, pertencia àquele cenário.