Brett Banks and Miles Fallon fuck – Part 2

O mundo de Brett Banks era feito de linhas retas, planilhas de Excel e a segurança silenciosa de um cofre. Como gerente do banco mais tradicional da cidade, sua vida era uma sequência previsível de números e protocolos. Até aquele outubro.

A exposição de arte moderna no saguão do banco era uma “iniciativa de aproximação cultural”. Para Brett, era uma tortura. Formas abstratas e cores agressivas que desafiavam toda a lógica. E o pior de tudo era o artista, Miles Fallon, um furacão de roupas desalinhadas e sorriso fácil, que explicava sua obra com as mãos, manchadas de tinta azul.

“Esta peça,” Miles anunciou para um pequeno grupo, apontando para uma tela caótica, “chama-se ‘O Sonho de Brett Banks’.”

Brett, que observava de longe, engasgou com o café. O artista o tinha notado.

Mais tarde, quando o saguão esvaziou, Brett confrontou-o. “O que quer dizer com isso? Nunca nos conhecemos.”

Miles encarou-o, seus olhos verdes parecendo ver através do terno impecável de Brett. “É o que eu imaginei,” disse ele, simplesmente. “Uma alma ordenada, metódica, mas com um turbilhão de cores preso lá dentro. Esperando para escapar.”

Brett ficou furioso. E intrigado. Nos dias seguintes, não conseguia parar de pensar naquela observação. Começou a visitar o ateliê de Miles após o expediente, a princípio para criticar, depois para observar, e por fim, para ser arrancado de sua própria prisão de números.

Miles não tentava endireitá-lo. Pelo contrário, ensinou-lhe a beleza de uma linha torta, a emoção de uma cor que vazava para fora dos limites. E Brett, por sua vez, mostrou a Miles que a disciplina não era uma cela, mas uma estrutura que podia dar suporte à verdadeira loucura.