Braden Sherota ficou de pau duro para a alegria dos seus seguidores

O silêncio da livraria vazia era quebrado apenas pelo som suave das páginas sendo viradas. Era o último andar, o mais escuro, dedicado aos livros de arte pesados e caros que poucos compravam. Era o refúgio de Sherota.
Ela trabalhava ali, organizando mundos em prateleiras, perdendo-se entre as gravuras de Monet e as fotografias de Ansel Adams. Sherota acreditava que as grandes histórias de amor estavam todas confinadas naquelas páginas, não na vida real. A sua própria vida era um tom cinza, segura e previsível.
Até aquela terça-feira chuvosa.
Um homem entrou, pingando água no carpete persa, parecendo completamente deslococado entre aquelas estantes de carvalho. Ele não procurava por algo; ele parecia fugir de algo. Seus olhos, de um azul profundo, encontraram os dela por sobre uma pilha de livros.