BR Kaytano and Titto fuck – My Brother-In-Law’s Package
O sol era um carrasco impiedoso sobre o asfalto da BR-116. **BR Kaytano** era um fantasma da estrada, um homem cuja vida era medida em quilômetros e solidão. Seu caminhão, um monstro de aço e fumaça, era seu castelo e sua cela. As paradas eram breves, os rostos, passageiros.
Numa daquelas paradas, um posto de gasolina perdido no mapa, o silêncio de Kaytano foi quebrado. Um vira-lata magricela, de orelhas caídas e olhos que eram duas poças de tristeza, se aproximou, cheirando o ar com uma esperança tímida. Kaytano ignorou. A estrada não era lugar para amarras, muito menos para um cachorro.
Mas o vira-lata, que um frentista chamou de **Titto**, era teimoso. Na parada seguinte, lá estava ele, como se tivesse magicamente pegado carona no vento. Dessa vez, sentou-se a alguns metros de distância, apenas observando, sua cauda dando um abanão hesitante quando Kaytano olhou para ele.
Kaytano resmungou, jogou um pedaço de sanduíche. Titto devorou e se aproximou mais um pouco. Era um ritual silencioso. A cada parada, a distância diminuía. De dez metros, para cinco, para dois. Até que, numa noite fria, Kaytano, abrindo a porta do caminhão para seguir viagem, viu Titto sentado na beira da estrada, olhando para ele, seu corpinho tremendo de frio.
Um suspiro profundo, um momento de luta interna. Kaytano resmungou de novo, mas desta vez a palavra foi: “Então, vem.”
A cabine do caminhão, outrora um santuário de solidão, ganhou um novo som: o ronronar suave de Titto dormindo no banco do passageiro. Kaytano descobriu que falava com ele. Sobre a estrada, sobre o céu estrelado, sobre coisas que nunca dissera a ninguém. Titto ouvia, com a sabedoria silenciosa dos animais, sua simples presença preenchendo um vazio que Kaytano nem sabia que existia.
O amor deles não foi um raio. Foi como o nascer do sol – lento, inevitável, iluminando uma paisagem que antes era só escuridão. Era o ato de Kaytano comprar uma coleira resistente. Era o jeito como Titto encostava a cabeça no seu braço durante as longas retas. Era a forma como, nas paradas, Titto vigiava o caminhão com a ferocidade de um leão, seu latido rouco afastando qualquer um que se aproximasse demais.
Kaytano já não era um fantasma. Ele era um homem com um cachorro. Sua cela de aço tinha se tornado um lar sobre rodas. E na imensidão da estrada, sob um céu infinito, os dois encontraram o que procuravam: um, um porto seguro; o outro, uma razão para parar e olhar as estrelas. Dois seres perdidos que, juntos, finalmente se achavam.




