BR Igor Miller e Bastian Karim fudendo muito

O vento soprava frio pelas ruas de Paris, mas Igor Miller não o sentia. Sentado em seu café habitual, ele via o mundo passar através da vidraça embaçada, seus dedos manchados de tinta e óleo descansando ao lado de um croissant intocado. Ele era um pintor de almas, capturando não rostos, mas a melancolia ou a alegria que pairava sobre eles. Naquela tarde, porém, sentia-se vazio, como uma tela em branco.
Foi então que o viu.
Do outro lado da rua, em frente a uma pequena livraria, um homem tentava carregar uma pilha de livros tão alta que obscurecia seu rosto. Era uma tarefa impossível. Com um movimento desajeitado, a torre de histórias tremeu e desabou, espalhando volumes novos e velhos pela calçada molhada.
Igor não pensou duas vezes. Levantou-se e correu para ajudar.
Ajoelharam-se juntos no asfalto frio, recolhendo páginas soltas e capas duras. Foi quando seus dedos se tocaram ao alcançar o mesmo livro – uma edição desgastada de “O Pequeno Príncipe” – que Igor finalmente viu o rosto do estranho. E o mundo parou.
Seus olhos eram da cor do âmbar, profundos e cheios de uma luz curiosa. Um sorriso desconcertado, meio de vergonha, meio de gratidão, iluminou seus lábios.