BR Henrique Lima mostrou o pau para seus seguidores, veja!

Claro. Aqui está uma pequena história de amor para o Henrique Lima.
***
O metrô de São Paulo às 8h da manhã é um lugar de sobrevivência, não de romance. Era nesse cenário que Henrique Lima existia, cinco dias por semana. Um economista de terno e expressão séria, ele usava os fones de ouvido como uma muralha contra o caos, seu refúgio em um mar de gente apressada.
Tudo mudou em uma terça-feira comum. O trem lotou mais que o normal, e ele foi empurrado para dentro do vagão, perdendo o equilíbrio. Foram mãos firmes que o seguraram pelo braço, impedindo que ele caísse.
“É sempre uma guerra aqui, não é?” disse uma voz suave, quase perdida no ruído.
Ele se virou e viu uma mulher de sorriso fácil e olhos que pareciam rir de uma piada secreta. Ela segurava uma pasta de arquiteto com uma mão e a alça de apoio com a outra. Seu nome era Sofia.
Naqueles poucos segundos, a muralha de Henrique rachou. Ele murmurou um “Obrigado” e, em um ato de coragem que nem ele mesmo reconheceu, não colocou os fones de volta.
No dia seguinte, ele a procurou no mesmo horário, no mesmo vagão. E ela estava lá. Dessa vez, foi ela quem “perdeu o equilíbrio” e esbarrou nele.
“Desculpe”, ela disse, com um sorriso que não parecia nada arrependido. “Acho que ainda não peguei o jeito desta linha.”
Foi o início de um ritual. Encontros de cinco, dez minutos, todos os dias. Eles falavam de tudo e de nada: a previsão do tempo, um livro que ela lia, a loucura do trânsito, a feijoada de um boteco que ele adorava. Henrique descobriu que, longe das planilhas e projeções, ele adorava fazer Sofia rir. E Sofia descobriu que por trás da seriedade do homem de terno, havia um humor seco e inteligente que a cativava completamente.
O amor deles não nasceu em um jantar à luz de velas, mas no aperto do horário de pico, no calor abafado do vagão e no compartilhamento furtivo de sonhos entre uma estação e outra.
Um mês depois, Henrique não aguentou mais. Na estação onde ela sempre descia, ele segurou sua mão antes que as portas se abrissem.
“Sofia”, ele disse, sua voz um pouco trêmula, mas firme. “Acho que vou descer na sua estação hoje. E todos os dias, se você deixar.”
Ela olhou para suas mãos entrelaçadas, depois para seus olhos, e seu sorriso foi o mais radiante que ele já vira.
“Henrique Lima, eu achava que você nunca ia perguntar.”
As portas se abriram, e eles desceram juntos, deixando para trás o ruído do metrô e entrando, finalmente, em um silêncio que só pertencia a eles dois.