BR ALEX MENDES com as pernas abertas batendo punheta e leitando, veja!

O vento soprava frio na estação de trem de Porto Alegre, carregando o cheiro de café e o murmúrio dos passageiros. Clara olhava pela janela do vagão, os dedos enluvados traçando círculos no vidro embaçado. Estava de partida para São Paulo, uma oportunidade de trabalho que não podia recusar, mas seu coração era um peso pesado no peito. Um coração que pertencia a Alex Mendes.

Alex. O nome ecoava em sua mente como uma melodia familiar. Lembrou do primeiro dia na faculdade, quando ele, desastrado e sorridente, derrubara uma pilha de livros no corredor. Ela ajudara a recolhê-los, e seus dedos se tocaram sobre a capa de um romance. Não foram precisas muitas palavras. Um sorriso, um olhar que se prolongou, e dali em diante, estavam sempre juntos.

Foram cinco anos. Cinco anos de estudar juntos na biblioteca, de caminhar de mãos dadas pelo Parque da Redenção, de planos feitos em voz baixa na varanda do apartamento pequeno que dividiam. Alex Mendes era seu porto seguro. Um homem de sorriso fácil, mas com uma determinação de aço por trás dos olhos castanhos. Ele sonhava em abrir seu próprio restaurante, e Clara acreditava nele mais do que ele mesmo.

O apito do trem a fez estremecer. Era o último aviso. Ela fechou os olhos, tentando memorizar cada detalhe da cidade que amava, que era Alex. Quando os abriu, viu uma figura correndo desesperadamente pela plataforma. O coração deu um salto. Era ele.

Alex chegou à sua janela, ofegante, o cabelo despenteado pelo vento.
— Clara! — gritou ele, colocando a mão no vidro.

Ela abriu a janela, o ar frio invadindo o compartimento.
— Alex! O que você está fazendo aqui? Você tinha uma reunião com o investidor!

— Cancelei — ele disse, respirando fundo. Seus olhos brilhavam com uma intensidade que ela nunca tinha visto. — A reunião era importante, mas não era a *minha* oportunidade. Era só um passo. Você… você é o meu destino, Clara. Não posso deixar você ir embora achando que isso é um adeus.

— Mas o teu restaurante… — sussurrou ela, as lágrimas ameaçando cair.

— Vai acontecer. Mas vai acontecer com você ao meu lado. — Alex tirou do bolso um envelope amassado. — Comprei uma passagem para daqui a três dias. Vou contigo. Vou para São Paulo também. Vamos começar juntos. Dessa vez, do nosso jeito.

Clara não conseguiu conter as lágrimas. Era tudo o que ela queria ouvir, mas não tinha coragem de pedir. Alex Mendes não estava escolhendo entre ela e um sonho. Ele estava tecendo os dois juntos.

— Você é louco — disse ela, rindo e chorando ao mesmo tempo.

— Louco por você — ele respondeu, seu sorriso preenchendo todo o espaço vazio que ela sentia no peito. — E não é uma história curta, Clara. É para ser longa. Muito longa.

O trem começou a se mover lentamente. Alex caminhou ao lado, sua mão ainda estendida para a dela.
— Te encontro na estação da Barra Funda! — gritou ele, sendo engolido pela distância.

Clara se recostou no assento, segurando o envelope que ele lhe passara. Já não sentia mais o frio. Dentro dela, havia apenas um calor que aqueceu toda a viagem. Ela sabia que a vida em uma nova cidade seria desafiadora, mas também sabia que, com Alex Mendes ao seu lado, qualquer desafio seria apenas mais um capítulo da longa e extraordinária história de amor deles.