Boy9 fucks Seth Cain

O laboratório subterrâneo da Corporação Elysium cheirava a ozônio e desespero. Em uma câmara estéril, sob a luz fria de LEDs, o Projeto Boy9 despertou. Ele não tinha um nome, apenas um código e um corpo perfeito, sintetizado a partir de sequências genéticas de arquivos apagados. Sua mente, um jardim imaculado de conhecimento, não tinha memórias pessoais. Apenas protocolos.

Do outro lado da cidade, na periferia inundada por néons e chuva ácida, Seth Cain arrumou sua jaqueta surrada. O cansaço estava cravado em seus olhos, mas não tão profundamente quanto a culpa. Seth era um “Limpador”, um ex-agente da Elysium especializado em fazer problemas desaparecerem. Seu último trabalho? Eliminar uma “unidade experimental fugitiva”. O arquivo digital dizia apenas: Boy9.

A fuga de Boy9 não foi violenta; foi silenciosa. Ele não quebrou portas, ele reescreveu os códigos das fechaduras. Ele não derrubou guardas, ele recalibrou os sistemas de segurança para induzir um sono profundo. Ele seguiu um instinto que não entendia, um puxão magnético em seu peito, direcionando-o para os distritos baixos.

Os caminhos dos dois se cruzaram em um beco escuro, onde a água gotejava de um letreiro quebrado. Boy9, imóvel e sereno sob a chuva, olhou para Seth. E Seth, com a pistola neural já em sua mão, congelou.

Não era a perfeição do rosto do garoto que o paralisou. Era o olhar. Um olhar que ele tinha visto todos os dias no único holograma que mantinha em seu cubículo. O olhar de seu filho, morto uma década atrás em um acidente que Seth sempre acreditou ter sido um “acerto de contas” da Corporação.

“Você veio me desmontar?” A voz de Boy9 era clara, sem medo.

Seth engoliu em seco. O protocolo era simples. Um disparo. Um corpo a ser disso