Berk_can34 fucks Derek Quartz (derekquartz)

A luz do fim de tarde banhava o estúdio de Berk_can34, transformando a poeira de gesso e tinta em partículas de ouro. Berk, de avental manchado e com um pincel atrás da orelha, dava os últimos retoques em uma tela grande e caótica. Era uma explosão de cores primárias, formas geométricas brigando por espaço, pinceladas agressivas que contavam uma história de trânsito, buzinas e solidão urbana.

A porta do estúdio rangiu suavemente.
— A energia dessa peça é incrivelmente densa, Berk. Quase claustrofóbica — comentou Derek Quartz, parando a uma distância respeitosa. Ele usava um casaco de linho impecável, e seus óculos de aro fino refletiam a pintura. — Mas sinto falta de um ponto de fuga. Um lugar para onde os olhos podem escapar.

Berk não se virou, mas um lado da boca se ergueu em um meio-sorriso.
— Cidades não têm pontos de fuga, Derek. Só mais da mesma coisa. E pare de analisar minha arte com essa voz de documentário do Museu.

Derek riu, um som suave e cristalino.
— É o meu trabalho. O caos precisa de um contraponto para ser compreendido, não para ser domado. — Ele se aproximou, sacando do bolso um bloco de pequenas etiquetas adesivas, daquelas que galerias usam para preços. Mas estas estavam em branco. — Permita-me?

Berk fez um gesto de “à vontade” com a mão, curioso. Derek se aproximou da tela e, com movimentos precisos, começou a colar as minúsculas etiquetas brancas em pontos específicos da confusão colorida. Ele não cobria nada. Ele destacava. Uma pequena etiqueta no centro de um redemoinho amarelo, outra no canto de um retângulo azul que parecia querer fugir da tela.

— O que você está fazendo? — Berk finalmente perguntou, franzindo a testa.

— Criando constelações — respondeu Derek, sem parar. — Todo caos tem seus padrões. Suas estrelas-guia. Só precisamos mostrá-las ao observador.

Quando ele terminou, deu um passo para trás. Berk olhou para sua própria obra. Algo havia mudado. A agressividade inicial ainda estava lá, mas agora seus olhos eram gentilmente guiados de uma etiqueta branca para a outra, criando uma jornada silenciosa através do turbilhão. A tela não gritava mais; ela cantava uma música complexa, mas com uma melodia subjacente.

Berk ficou em silêncio por um longo momento, observando a transformação.
— Tá — ele resmungou, pegando um pincel fino e um pote de tinta branca. — Mas essas suas ‘estrelas’ precisam de um pouco de brilho.

Ele começou a acrescentar minúsculos pontos de tinta branca pura ao lado de cada etiqueta, realçando os pontos que Derek havia escolhido. Não era uma correção; era uma colaboração.

Derek assentiu, satisfeito.
— O brilho era o elemento que faltava. Agora está completo. Caos e clareza. Berk_can34 e derekquartz.

— Não enche — Berk rosnou, mas não conseguiu disfarçar o brilho de satisfação em seus próprios olhos, refletindo os novos pontos de luz em sua tela.