Beau Butler, Jake Manson and XXL Top London – a threesome
O mundo de **Beau Butler** era composto por linhas limpas, silêncio calculado e a beleza austera do vazio. Como curador de uma galeria de arte contemporânea, o seu trabalho era encontrar ordem no caos da expressão humana. A sua própria vida era uma instalação permanente de contenção.
O caos, na sua forma mais gloriosa e exasperante, entrou na sua galeria sob os nomes de **Jake Manson** e **XXL Top London**.
Jake era um fotógrafo de moda de rua, um arquivo ambulante de tendências efêmeras. Usava camisas havaianas sob blazers, e o seu cabelo mudava de cor com a lua. **XXL**, cujo nome de batismo era Liam mas que ninguém usava, era uma força da natureza. DJ e ativista comunitário, ele usava a sua persona “Top London” — uma mistura de *grime* e glamour — como um megafone para projetos sociais. Eles eram um turbilhão de energia, riso alto e opiniões fortes, e tinham vindo propor uma exposição colaborativa.
Beau, à primeira vista, rejeitou a ideia. Era demasiado barulhenta, demasiado… desordenada.
— Isto não é só moda, é um comentário social — Jake argumentou, os seus olhos a brilhar com uma paixão que fez Beau hesitar.
— E a comunidade precisa de um palco, não de um pedestal — acrescentou XXL, a sua voz profunda a preencher o espaço branco da galeria de uma forma que era, inesperadamente, acolhedora.
Contra o seu próprio critério, Beau aceitou.
Os dias de montagem foram uma revolução no seu espaço sagrado. Jake espalhava impressões pelo chão, XXL trazia *catering* de food trucks para a equipa e música *grime* a ecoar pelos corredores. Beau, inicialmente de mãos atadas, descobria-se a ser puxado para a sua órbita. Ele organizava o caos de Jake, dando-lhe estrutura. Jake, em troca, ensinava Beau a ver a beleza na imperfeição. E XXL, com a sua empatia feroz, via a solidão por trás da compostura de Beau e quebrava-a com conversas sinceras e chá forte.
A atração não foi imediata, mas sim uma constelação que se formou lentamente. Beau admirava a coragem criativa de Jake. Jake era atraído pela calma profunda de Beau. E ambos eram cativados pelo coração enorme e pela lealdade inabalável de XXL.
A viragem aconteceu na véspera da abertura. O stress era palpável. Um projetor avariou, e uma peça-chave de Jake tinha um risco. Enquanto Beau e Jake tentavam, em vão, resolver o problema, XXL chegou. Não trouxe soluções técnicas. Trouxe cobertores e comida.
— Parem — ordenou ele, suavemente. — O mundo não acaba amanhã. Sentem-se.
Enrolados nos cobertores no chão da galeria, rodeados pelo esqueleto da sua exposição partilhada, a verdade finalmente emergiu.
— Isto — disse Jake, olhando para o espaço, depois para Beau e XXL —, isto é que é a obra de arte. Nós.
Beau, cujas palavras eram sempre tão medidas, encontrou-as com uma simplicidade crua.
— Tenho medo de que isto acabe. De que vocês acabem.
XXL riu-se, um som quente e reconfortante.
— Amor, não somos uma exposição temporária. Somos uma instituição permanente.
Naquela noite, no chão da galeria, as linhas entre o curador, o artista e o ativista desvaneceram-se. O beijo não foi um, mas vários — desajeitados, ternos, cheios da promessa de um novo projeto colaborativo: uma vida a três.
Na abertura, a exposição foi um sucesso estrondoso. Mas a maior obra-prima não estava pendurada na parede. Estava no canto da sala: Beau Butler, de pé entre Jake Manson e XXL Top London, o seu silêncio finalmente preenchido, o seu mundo ordenado, belamente, gloriosamente, desarrumado de amor.




