Bar Boys Unleashed – Brady Holmes and Dave Wikkinson fuck

O vento do outono dançava pelas ruas de Bath, erguendo um redemoinho de folhas secas aos pés de Brady Holmes. Ele ajustou o cachecol de lã e segurou com mais força a xícara de chá de especiarias, como se ela pudesse aquecer não só suas mãos, mas também o vazio que sentia. A livraria “O Caderno Esquecido” era seu refúgio, um lugar onde os finais felizes eram garantidos, ao contrário da sua própria história de amor, que havia terminado em silêncio e desilusão.
Foi ali, na seção de clássicos poeirentos, que ele viu Dave Wilkinson pela primeira vez.
Dave não era como os personagens dos livros que Brady devorava. Ele era sólido, real. Usava um suéter de lã grossa remendado em um dos cotovelos e segurava um exemplar de “Moby Dick” como se estivesse examinando um artefato raro. Seus dedos eram fortes, de unhas curtas e limpas, e seus olhos, da cor do carvalho, pareciam conter uma calma que Brady invejava.
A primeira palavra não foi dita na livraria, mas no café ao lado, para onde ambos fugiram da chuva repentina. A mesa era pequena, e os joelhos deles quase se tocavam.
“Brady Holmes”, ele disse, estendendo a mão.
“Dave Wilkinson”, o outro respondeu, com um aperto de mão firme e aquecido. “Holmes, como o detetive?”
“Infelizmente, sem os mistérios fascinantes. Apenas um contador de histórias comum.”
Dave sorriu, e o canto dos seus olhos se enrugou de uma forma que fez o coração de Brady acelerar. “Não acredito que existam histórias comuns. Apenas narradores desinteressantes.”
Naquele café, sob a batida ritmada da chuva contra as vidraças, Brady descobriu que Dave era um marceneiro, um artesão que dava nova vida a pedaços de madeira esquecidos. Ele falava de veios e texturas com a mesma paixão que Brady falava de enredos e personagens. Era uma conversa que fluía como um rio tranquilo, descobrindo territórios comuns em suas diferenças.
Os dias se transformaram em semanas, e o outono cedeu lugar ao inverno rigoroso. Brady, acostumado à solidão criativa, descobriu a alegria de dividir seu espaço. Dave trouxe para o apartamento minimalista de Brady uma mesa de jantar de madeira maciça, feita por ele, com veios que contavam uma história de paciência e cuidado. Brady, em troca, lia para Dave os rascunhos de seus contos, e a opinião sincera do marceneiro era mais valiosa que qualquer crítica literária.
O amor deles não era dramático, não era um furacão. Era como a maré: constante, confiável, moldando suavemente as costas de suas vidas. Era Dave lembrar que Brady tomava seu chá com duas colheres de mel. Era Brady saber que Dave precisava de absoluto silêncio pelas manhãs para apreciar seu café. Era o toque de mãos ao passar na rua, o calor de um corpo contra o outro no sofá, as histórias sussurradas na penumbra antes do sono.
Mas até as marés mais calmas enfrentam rochas. Dave recebeu uma proposta de trabalho em Edimburgo, uma oportunidade única para restaurar um casarão histórico. Era a três meses de distância.
“É sua *Moby Dick*”, Brady disse, tentando disfarçar o nó na garganta com um sorriso. “Você tem que ir.”
A despedida no trem foi um dos momentos mais quietos de suas vidas. Brady sentiu o antigo vazio tentando voltar, mais frio e agudo do que antes. As videochamadas eram pobres substitutas para o calor de Dave, e o apartamento parecia enorme sem a sua presença preenchê-lo.