Arrombando o cuzinho do meu boy – Ali Rush e Seb Leblan
**Ali Rush** era um furacão de deadlines e café. Como jornalista de um portal de notícias, sua vida era um turbilhão de alertas de notícias, chamadas de vídeo e manchetes urgentes. Seu apartamento era um caos organizado de cadernos abertos e ecrãs brilhantes, e o seu coração batia no ritmo acelerado de uma notificação por minuto.
**Seb Leblan** era o oposto da pressa. Proprietário de uma pequena floricultura chamada “O Tempo das Flores”, o seu mundo cheirava a terra molhada e jasmim. As suas mãos, calejadas e gentis, entendiam o ritmo lento do crescimento, o tempo certo para cada flor desabrochar. Os seus dias eram marcados pelas estações, não pelos segundos.
Os seus mundos colidiram num dia particularmente caótico de Ali. Encarregue de escrever uma reportagem sobre os pequenos negócios que resistiam na cidade, ela entrou na floricultura de Seb como uma rajada de vento, com o telemóvel colado ao ouvido e a expressão distante.
Seb, que regava calmamente uma fileira de orquídeas, observou-a sem dizer uma palavra. Ele estava habituado a clientes apressados, mas havia uma tensão em Ali que transcendia a pressa comum. Era um desespero silencioso.
Quando Ali desligou a chamada, esfregando os olhos cansados, Seb aproximou-se. “A pressa é inimiga da perfeição,” disse ele, oferecendo-lhe um único girassol. “E da beleza também.”
Ali ficou surpresa. Ninguém lhe oferecia flores. As pessoas ofereciam-lhe cafés, como se fosse uma máquina que precisava de mais combustível.
“Eu… não tenho tempo para cuidar de flores,” disse ela, de forma mais brusca do que pretendia.
“Talvez seja a flor que precise de cuidar de si,” respondeu Seb, com um sorriso tranquilo.
Intrigada, Ali aceitou o girassol. Na semana seguinte, ela voltou. E na outra também. A floricultura tornou-se o seu oásis. Ela sentava-se num banco de madeira, longe dos ecrãs, e simplesmente respirava. Observava Seb a podar plantas, a criar arranjos, a falar com as flores como se fossem velhas amigas.
Ali aprendeu a desacelerar. Seb, por sua vez, aprendeu com ela a paixão que o movia. Ele começou a ver a sua própria arte—o acto de cultivar beleza—com os olhos dela, que o viam como algo heroico e profundo.
O amor entre eles não desabrochou de repente. Cresceu. Enraizou-se nos silêncios compartilhados, nos copos de chá depois do fecho da loja, na forma como o ritmo cardíaco de Ali diminuía quando ela cruzava a porta da floricultura.
Uma noite, Ali chegou à loja depois de um dia particularmente difícil. Sem dizer uma palavra, Seb levou-a para a estufa traseira. Lá, sob um teto de vidro e estrelas, havia um mar de lavanda a florir.
“Para acalmar a tempestade,” sussurrou ele.
Ali olhou para as flores, depois para Seb—para as suas mãos sábias e o seu sorriso paciente. E percebeu que tinha encontrado o que nem sabia que procurava: um lugar onde o tempo não era um recurso escasso, mas um presente a ser saboreado. Um lugar, e uma pessoa, onde ela podia simplesmente… parar. E pertencer.




