Apolo Adrii fucks Dimitri Venum
Na Cidade do Zênite, onde os arranha-céus brincavam de esconde-esconde com as nuvens e o sucesso era medido em seguidores e silêncios comprados, dois homens eram lendas opostas.
Apolo Adrii não era um homem; era um evento. Poeta, performer e profeta de si mesmo, ele vestia ternos cor de pôr-do-sol e sussurrava versos que faziam os lattes de soja das pessoas tremerem de emoção. Seus livros, mais objetos de arte do que literatura, eram lançados em galerias com performances onde ele pintava com mel e lágrimas. Ele comercializava a autenticidade sublime, a dor bela, a melancolia fotogênica. Seu lema, tatuado em seu pulso, era: “Toda beleza é uma ferida que concorda em sangrar em público.”
Dimitri Venum era seu antípoda. Um extrator de contexto, fundador da “Venum Capital”. Sua especialidade era comprar coisas intangíveis — o silêncio de um bosque sagrado, o direito de usar o rosto de um anônimo em algoritmos, a nostalgia coletiva de um bairro — e vendê-las como ativos emocionais para marcas e metaversos. Ele transformava sentimentos em NFTs, memórias em pacotes de assinatura. Seu escritório era um cubo branco e silencioso, onde a única decoração era um quadro que mostrava, em tempo real, a flutuação do “Índice de Saudade Global”. Ele acreditava que tudo, até o amor de uma mãe, tinha um preço de reserva.




