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Angel Luis Elices and Zarif fuck

O metrô de Madrid rugia como uma fera de aço. Angel Luis Elices apertou-se contra a porta, o cheiro de suor e perfume barato enchendo suas narinas. Ele carregava consigo o cansaço de três empregos e o peso silencioso de um sonho adiado: a caixa de lápis de cor e o bloco de esboços novos, intocados, no fundo de sua mochila surrada. A arte era seu refúgio, um mundo de cor em uma vida de tons de cinza.

Foi quando o viu.

Um homem sentado do outro lado do vagão, imerso na leitura de um livro com capa de couro desgastada. Ele usava um turbante azul-cobalto perfeitamente amarrado, e sua barba era curta e bem cuidada. Seus olhos, escuros e profundos, percorriam as páginas com uma serenidade que parecia impenetrável ao caos ao seu redor. Seu nome, Angel Luis soube mais tarde, era Zarif.

Nos dias seguintes, Angel Luis começou a vê-lo sempre. No mesmo horário, no mesmo vagão. Zarif era uma constante, uma ilha de quietude no rio turbulento da cidade. Angel Luis, cuja vida era um constante ajuste a imprevistos, sentiu-se estranhamente atraído por aquela presença imutável.

Uma tarde, num impulso que lhe queimou as faces, Angel Luis abriu seu bloco de esboços. Com um lápis 6B, ele começou a desenhar. Não o rosto de Zarif, mas a *presença* dele. A curva tranquila de seus ombros, a maneira como seus dedos longos seguravam o livro, a sombra que seu turbante projetava no vidro sujo da janela. Ele desenhou a paz que Zarif carregava.

O trem balançou forte. O lápis escapuliu dos dedos de Angel Luis e rolou pelo chão, parando aos pés de Zarif.

O homem levantou os olhos do livro. Seu olhar encontrou o de Angel Luis, depois desceu para o lápis. Ele se inclinou, pegou-o e, então, seus olhos pousaram no bloco de esboços aberto no colo de Angel Luis.

O coração de Angel Luis parou. Ele se preparou para um olhar de desaprovação, talvez de raiva. Em vez disso, Zarif estudou o desenho por um longo momento. Então, um sorriso lento e gentil iluminou seu rosto. Era um sorriso que transformava completamente sua expressão séria, criando pequenas rugas de bondade ao redor de seus olhos.

Ele estendeu o lápis.
“Você tem um dom”, disse Zarif. Sua voz era surpreendentemente suave, com um sotaque musical que envolvia cada palavra. “Você desenha não o que vê, mas o que sente.”

Angel Luis, atordoado, pegou o lápis. “Desculpe, eu… não devia…”

“Por quê?”, Zarif interrompeu gentilmente. “É raro ver alguém capturar a quietude neste lugar barulhento.” Ele fechou seu livro. “Eu sou Zarif.”

“Angel Luis.”

A partir daquele dia, os encontros no metrô tornaram-se conversas. Zarif era um professor de literatura persa, um refugiado que havia encontrado abrigo nos livros e na fé. Angel Luis era um sonhador com as mãos calejadas pela realidade. Zarif falava sobre Rumi e a poesia do deserto; Angel Luis falava sobre a luz de Madrid e a solidão das multidões.

Eram mundos diferentes. Angel Luis, com suas raízes profundas no solo madrileno, e Zarif, com sua alma nômade e sua história marcada pela perda. Mas no barulho do metrô, eles encontraram um silêncio compartilhado.

Uma noite, o trem quebrou entre estações, mergulhando o vagão em uma escuridão súbita e abafada. O pânico foi palpável. No escuro, Angel Luis sentiu uma mão encontrar a sua. Era a mão de Zarif, firme e calma.

“Respire, Angel Luis”, a voz de Zarif veio baixa, ao seu lado. “É apenas uma pausa. A jornada continuará.”

Naquela escuridão, com a mão de Zarif segurando a sua, Angel Luis não sentiu medo. Sentiu-se ancorado. E quando as luzes piscaram de volta, eles ainda estavam de mãos dadas, seus olhos encontrando-se em um entendimento silencioso que não precisava de palavras.

Eles não precisaram combinar nada. No dia seguinte, Zarif não estava no metrô. Em seu lugar, havia um pequeno livro deixado no banco. Era uma coleção de poemas de Rumi, e na primeira página, uma inscrição em uma caligrafia elegante: *”Para Angel Luis, que encontra universos de cor no subterrâneo da vida. Que nossas almas continuem esta conversa, onde quer que estejam. – Z”*

Angel Luis segurou o livro contra o peito, um sorriso tranquilo em seus lábios. Ele sabia que talvez nunca mais visse Zarif. Mas o poeta estava errado. Suas almas não precisavam continuar a conversa em outro lugar. Elas já haviam se encontrado. No lugar mais improvável, no tempo mais curto, um esboço a lápis e uma mão estendida no escuro haviam sido suficientes para escrever, juntos, um pequeno e perfeito poema de amor.

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