Andy Lee jerks off with his brother
O outono em Seul pintava as ginkgos de um amarelo brilhante. **Andy Lee** caminhava sob elas, seu coração um vazio silencioso no meio da cidade barulhenta. Ele era um tradutor literário, um homem que vivia nas entrelinhas, habitando as palavras dos outros, mas nunca encontrando as suas próprias. Sua vida era um apartamento minúsculo, uma chaleira sempre no fogão e pilhas de manuscritos que sussurravam histórias de amor que nunca eram suas.
Tudo mudou numa tarde de chuva fina. Andy se refugiou na sua livraria preferida, um labirinto acolhedor de estantes de madeira escura. Enquanto procurava por uma edição rara de um poeta coreano, seus dedos encontraram os de outra pessoa no mesmo livro, no exato mesmo momento.
Ele olhou para cima. Era um estrangeiro, com olhos da cor do céu antes do amanhecer e um sorriso tímido. **Leo**. Um fotógrafo francês que estava em Seul para uma exposição, perdido e maravilhado com a cidade.
“*Désolé*”, Leo disse, corando levemente.
Andy, surpreso por entender o francês básico, respondeu em um inglês suave. “Parece que temos o mesmo gosto.”
Aquele foi o primeiro verso.
Leo não era apenas um turista; ele via o mundo através de lentes que capturavam a poesia do cotidiano. Ele mostrou a Andy suas fotos: o vapor subindo de uma tigela de ramyeon, a sombra de um pássaro em uma parede antiga, o sorriso de uma velha senhora em um mercado. E Andy, que só via beleza em palavras impressas, começou a vê-la nas ruas da sua própria cidade.
Ele se tornou o guia não oficial de Leo. Mostrou-lhe os becos escondidos, os templos silenciosos, o sabor da melhor hotteok. Em troca, Leo mostrou a Andy como ver. Como a luz da tarde podia transformar um prédio comum em uma pintura. Como a vida, em sua forma mais crua, era a mais bela história jamais contada.
O amor deles não foi declarado. Floresceu. No café da manhã compartilhado, nas longas caminhadas em parques, no conforto de um silêncio que não era vazio, mas cheio de entendimento. Andy, que passava a vida traduzindo emoções, estava finalmente sentindo uma que era inteiramente sua.
O clímax chegou com o fim da viagem de Leo. A última noite foi passada no rio Han, sob um céu cor de lavanda. O ar estava carregado da dor do adeus.
“Leva isto”, Andy disse, suas mãos trêmulas entregando a Leo um pequeno caderno. Era a tradução do livro de poesias que eles haviam tocado juntos pela primeira vez. Em cada página, Andy havia escrito anotações à mão – não explicações acadêmicas, mas fragmentos de seus próprios sentimentos, de suas memórias daquelas semanas. Era a primeira história que ele escrevia para si mesmo.
Leo abriu o caderno, seus olhos percorrendo as palavras. Ele não precisava de tradução para o francês. A linguagem do amor de Andy era universal.
Ele não pegou o voo no dia seguinte.
Em vez disso, sua exposição de fotos em Seul ganhou uma nova série: “Traduzindo a Alma”. Eram retratos de Andy. Andy lendo, Andy sorrindo, a mão de Andy segurando uma xícara de chá. E em cada mol, uma legenda com as palavras que Andy havia escrito no caderno.
Dois artistas, um das palavras, outro das imagens, descobriram que a maior obra de arte que poderiam criar não era um livro ou uma foto, mas uma vida construída juntos, uma tradução perfeita entre dois corações. E Andy Lee, o homem das entrelinhas, finalmente se tornou o personagem principal de sua própria e bela história.




