O sol começava a se despedir do dia, pintando o céu de Havana com tons de laranja e roxo. Andrey Cam observava o movimento do Malecón, sua câmera eternamente pendurada no pescoço, capturando a alma da cidade em cada clique. Foi então que ele viu Beck. Não era apenas um turista a mais; havia uma quietude em seus olhos, uma curiosidade genuína que o diferenciava da multidão. Beck, por sua vez, foi atraído não pela câmera, mas pela intensidade com que Andrey a manuseava, como uma extensão do próprio corpo.
O primeiro olhar foi um acidente. O segundo, uma escolha. O terceiro, já era um hábito.
Andrey apresentou Beck a seu mundo, um universo vibrante de amizades peculiares. Havia **Pik**, o poeta de coração partido que recitava versos sobre amores perdidos em troca de um gole de rum. **Cuban DY**, o motorista de carro antigo com uma risada contagiante que conhecia cada beco e cada história de Havana. **Dave Wikkinson**, o músico que tentava fundir o son com acordes de jazz britânico, criando uma trilha sonora única para aquelas noites quentes.
E as noites eram sempre quentes, cheias de debates intermináveis na varanda de **Mike Bebecito**, o cozinheiro que transformava simples ingredientes em banquetes para a alma. **Milo Galician**, o pragmático do grupo, sempre com um plano e um olhar cético, balançava a cabeça para as loucuras dos outros, mas nunca deixava de comparecer.
