Andres (andresundressed) fucks Sebleblan
O apartamento de Seb (Sebleblan) era um caos organizado. Roupas de skate espalhadas pelo sofá, latas de energético vazias enfeitando a mesa de centro e, no centro da sala, uma câmera montada em um tripé, apontada para um fundo branco. Seb era um fenômeno da internet, famoso por seus vídeos de comédia rápida e seus olhos expressivos que conseguiam transmitir ironia e doçura ao mesmo tempo. Sua vida era um espetáculo público, cada momento uma potencial “story” ou “tweet”. Mas, nos últimos temados, um silêncio estranho havia se instalado entre ele e sua audiência.
A culpa – ou a salvação – tinha um nome: Andres, ou, como seu perigoso username de Instagram proclamava, @andresundressed.
Eles se conheceram em um evento de marca, um daqueles lugares onde a autenticidade é o produto mais vendido. Andres era fotógrafo, o tipo de artista que as marcas contratam para trazer um ar de “verdade crua” para suas campanhas. Enquanto Seb fazia piadas e posava para selfies, Andres observava, quieto, sua câmera como uma extensão do seu corpo. Ele não fotografava a persona; ele parecia estar tentando fotografar o que havia por trás dela.
A primeira vez que Andres o chamou para um projeto pessoal, Seb estranhou.
“Quero te fotografar sem a maquiagem digital”, Andres disse, sua voz um baixo calmante. “Sem o roteiro. Só você.”
A proposta soou como uma armadilha. “Eu *sou* a persona, Andres. É tudo a mesma coisa.”
Andres apenas balançou a cabeça, um sorriso pequeno nos lábios. “Duvido.”
As sessões começaram no apartamento de Andres, um lugar completamente oposto ao de Seb. Era minimalista, cheiroso, com pilhas de livros de fotografia e rolos de filme espalhados por toda parte. A luz era natural, entrando por uma janela grande, e não os refletores brutais a que Seb estava acostumado.
No início, Seb tentou performar. Sorria para a câmera, fazia caretas. Andres baixava a câmera e esperava.
“Para”, ele disse suavemente, na terceira sessão. “Só para. Cansa, não é?”
E aquelas duas palavras quebraram algo em Seb. Ele não respondeu, mas seus ombros desabaram. O sorriso forçado desapareceu. Pela primeira vez em anos, ele não estava se preparando para um conteúdo. Ele estava apenas… existindo. E Andres, então, começou a fotografar. O clique do obturador não era o som de um like sendo coletado; era o som de um momento sendo guardado.
Andres não tirava fotos de um influencer. Ele tirava fotos de Seb com sono no sofá, da sua sombra na parede ao entardecer, do modo como ele mordia o lábio quando estava concentrado. Ele estava despindo Seb não de suas roupas, mas de suas camadas de performance. Era daí que vinha o “undressed”. Era uma nudez de alma.
O amor não chegou com um beijo cinematográfico, mas com um silêncio compartilhado. Estava na forma como Seb começou a aparecer no apartamento de Andres sem avisar, apenas para ler um livro no canto enquanto o outro trabalhava. Estava na coragem que Seb encontrou para postar uma foto em preto e branco que Andres tirou dele, de costas, olhando pela janela. A legenda era simples: “Respirando”.
Os comentários foram um misto de confusão e admiração. “Tudo bem, king?”; “Que foto profunda!”; “Alguém está em sua era melancólica”.
Mas para Seb, aquela foto era a mais verdadeira que ele já havia postado. Era um pedaço da quietude que ele havia encontrado nos olhos sérios de Andres e no refúgio silencioso de seu apartamento.
Uma noite, vendo as fotos reveladas espalhadas na mesa, Seb olhou para Andres.
“Como você sabia?”, ele perguntou, sua voz mais suave do que a persona de sempre. “Como você sabia que eu estava lá, sob tudo aquilo?”
Andres encostou a testa na dele, um gesto de uma intimidade que não precisava de palco.
“Porque eu também estou sempre me vestindo para o mundo”, ele sussurrou. “A gente reconhece a própria solidão no outro.”
E naquele lugar entre quatro paredes, longe das câmeras e dos fãs, os dois personagens principais finalmente tiraram seus disfarces e se encontraram, nus e verdadeiros, no refúgio que haviam construído um para o outro.
