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Andrei Karenin, Enrique Vera, Serge Cavalli – another bareback threesome

O Hotel Imperial, em Buenos Aires, cheirava a cera de abelha, veludo desbotado e décadas de segredos bem guardados. Andrei Karenin, alto, loiro como um campo de centeio, com uma serenidade glacial nos olhos azuis, desceu as majestosas escadarias de mármore. Ele carregava uma maleta de couro que continha não apenas roupas, mas o peso silencioso de uma linhagem aristocrática russa em exílio. Seu passo era medido, seu sorriso, uma concessão rara. Viera à cidade para vender uma joia de família, um último resquício de um mundo que não existia mais.

No saguão, o caos se personificava em um homem. Enrique Vera, com seu blazer de linho levemente amarrotado, gestos largos e uma voz calorosa que envolvia a atendente do hotel, tentando resolver uma confusão com sua reserva. Seu cabelo era escuro e desobediente, seus olhos castanhos refletiam cada emoção como um lago sob o sol. Era um escritor de crônicas de viagem, argentino de raízes mescladas, que colecionava histórias como outros colecionam selos. Atrás dele, observando com uma expressão de tédio afetado e uma elegância impecável, estava Serge Cavalli. Italiano, com cortes de cabelo que eram obras de arquitetura e um olhar que parecia pesar e catalogar o valor de tudo e todos ao seu redor. Era um marchand, um comerciante de beleza, amigo antigo de Enrique e, nas entrelinhas, algo mais complexo.

O destino, ou talvez o antiquíssimo elevador de gaiola do hotel, os uniu. Os três entraram. O elevador gemeu, tremeu e parou entre o terceiro e o quarto andar.

“Perfeito”, murmurou Serge, em italiano, examinando as unhas.

Enrique soltou uma risada nervosa. “Pelo menos é histórico, não? Um testemunho da idade do lugar.”

Andrei, imóvel, apenas observou o painel. “Na minha infância, em São Petersburgo, tínhamos um elevador como este. Sempre parava.” Sua voz era suave, com um sotaque que dobrava os ‘r’s de forma fascinante.

A conversa, forçada pela claustrofobia, fluiu. Enrique, com sua curiosidade insaciável, fez perguntas a Andrei sobre o frio, sobre o Báltico, sobre a sensação de perder uma pátria. Andrei, inicialmente contido, descobriu que as palavras saíam com uma estranha facilidade diante daquele interesse genuíno. Ele falou da joia, um broche de esmeralda em forma de folha de carvalho que pertencera à sua bisavó.

Serge, ouvindo, teve um brilho profissional nos olhos. “Cavalli, o marchand. Posso dar uma olhada quando sairmos daqui? Tenho um cliente para isso.”

O elevador permaneceu parado por uma hora. Nessa gaiola suspensa, um mundo microcósmico surgiu. Enrique compartilhou histórias absurdas de suas viagens pela Patagônia. Serge, com sarcasmo elegante, comentou sobre a arte portenha. Andrei, gradualmente, deixou a postura derreter, e um sorriso verdadeiro – surpreendentemente quente – apareceu quando Enrique imitou um general russo bêbado, baseado em uma figura que lera.

Quando os técnicos os libertaram, uma energia diferente pairava no ar. O negócio do broche foi feito no bar do hotel, com a expertise cortante de Serge garantindo a Andrei um preço justíssimo. Mas o objeto parecia secundário.

Nos dias seguintes, Enrique insistiu em “mostrar a cidade real” a Andrei. Caminharam por San Telmo, comendo empanadas de bancas de rua, e Andrei riu, de verdade, quando um tango espontâneo eclodiu numa praça e Enrique puxou-o para dançar, desengonçado e radiante. Serge os acompanhava às vezes, um espectador cínico e, no entanto, profundamente interessado. Ele via a forma como o gelo de Andrei derretia sob o sol portenho de Enrique, e como a turbulência de Enrique se aquietava na presença calma do russo.

Uma noite, no apartamento de Serge, após muito vinho, a verdade veio à tona. Estava nos toques sutis, no modo como Serge ajustava o colarinho de Enrique com uma familiaridade antiga, e no olhar ciumento e confuso que ele dirigia a Andrei. Havia uma história de amor e desencontro entre eles, um afeto profundo que às vezes se vestia de ironia.

Andrei percebeu. “Vocês dois…” começou, sua voz suave.

“É complicado”, interrompeu Enrique, com um suspiro. “Sempre foi.”

Serge encarou Andrei. “Ele é um furacão. Você é a calmaria. Uma combinação interessante.”

Não era um conflito, mas um reconhecimento. O amor, eles descobriram, nem sempre é um país de dois. Às vezes é um triângulo equilátero, um acordo tácito do coração. Andrei, que nunca pertencera verdadeiramente a lugar algum, encontrou um lar na intensidade de Enrique e na sofisticação protetora de Serge. Enrique, que voava de história em história, encontrou âncora na seriedade de Andrei e no porto seguro de Serge. Serge, que colecionava objetos belos, encontrou duas obras de arte vivas e incomparáveis para admirar.

A história de amor deles era pequena no tempo – apenas algumas semanas daquela viagem – mas infinita na mudança que causou. Não era um conto de fadas, mas um acordo de almas. Quando Andrei partiu, não foi para a solidão. Levou consigo um broche vendido, mas também uma promessa de retorno e duas chaves de apartamento: uma em Buenos Aires, outra em Milão.

E, em noites frias em qualquer lugar do mundo, Andrei Karenin sorria ao telefone, ouvindo as histórias turbulentas de Enrique Vera e os comentários ácidos de Serge Cavalli, do outro lado da linha. Eram três pontos num mapa, formando uma constelação própria, um triângulo amoroso que, no fundo, era apenas um modo singular e perfeito de se amar.

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