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Andrei Breeze – fuck sessions with Hector Panagos, James Lewis (Matty), and Patrik Juren

**O Silêncio Entre as Notas**

Na cidade portuária de Thessaloniki, onde o cheiro do sal se misturava com o de café forte e pasta folhada, Hector Panagos herdou mais do que o antigo café do avô. Herdou o silêncio. Um silêncio denso, que ele cultivava atrás do balcão de mármore, polindo copos e observando o mundo passar além dos vitrais embaçados, sem desejo de fazer parte dele.

Tudo mudou na terça-feira em que o “Duo Juren-Lewis” chegou. Um cartaz colado de qualquer jeito no vidro da porta anunciava um recital íntimo. Patrik Juren era uma tempestade loira e educada, cheia de “por favores” e “muito obrigados”, carregando seu violoncelo como se fosse uma extensão do próprio corpo. James Lewis, que todos chamavam de Matty, era seu oposto completo: cabelos escuros em desalinho, olhos verdes que já riam antes da boca, e um violino que pendia negligentemente de seus dedos longos.

Hector concordou com o concerto por cortesia ao seu fornecedor de vinho, tio de Patrik. Nunca imaginou que a música pudesse fazer aquilo.

Quando começaram a tocar, o silêncio de Hector rachou. As notas do violino de Matty eram travessas, imprevisíveis, escalando as paredes como hera. O violoncelo de Patrik era a raiz, profunda, séria, mantendo a melodia ancorada. Juntos, não eram som e acompanhamento. Eram uma conversa. Uma discussão. Uma reconciliação. Hector, parado no fundo da sala, sentiu-se como um intruso testemunhando um segredo.

Após o último acorde, enquanto Patrik organizava meticulosamente as partituras, Matty se aproximou do balcão.

“Um café, por favor. Forte. Para baixar do susto”, disse, com um sorriso que fez o canto da boca de Hector tremer involuntariamente.

“O susto?” Hector perguntou, vertendo a bebida.

“Tocar para um público de estátuas. Você não piscou uma vez sequer. Foi aterrorizante.” O humor nos olhos de Matty desmentia suas palavras.

Foi o início. Patrik, perfeccionista e dedicado, começou a usar o café nas manhãs tranquilas para estudar. Matty aparecia depois, sempre com uma piada pronta, sempre roubando um pedaço de *bougatsa* da vitrine. Hector aprendera a linguagem deles: a preocupação de Patrik quando mordia o lábio, a verdadeira seriedade de Matty quando sua testa suavizava.

A atração por Matty foi um susto, um acorde dissonante e vibrante. Mas o que surpreendeu Hector foi a conexão com Patrik. Nos silêncios compartilhados antes do café abrir, Hector via a pressão que Patrik carregava, o peso de ser o alicerce, o planejador. E Patrik, por sua vez, via a solidão quieta de Hector, e respeitava-a.

O ponto de ruptura veio num dia chuvoso. Uma discussão musical fora do café tornou-se pessoal. Patrik, tenso com uma audição importante, falou palavras afiadas. Matty, ferido, desapareceu na chuva. Patrik ficou para trás, desolado, os dedos enrijecidos sobre a capa do violoncelo.

“Ele sempre vai embora”, sussurrou Patrik, não para Hector, mas para o mundo. “E eu sempre fico, tentando manter tudo em perfeita ordem.”

Hector, que nunca aconselhara ninguém, serviu dois *tsipouro*.

“Talvez,” disse, a voz áspera pelo desuso, “a ordem perfeita seja superestimada. Talvez a música precise de um pouco de caos. E talvez as pessoas também.”

Foi Hector quem foi atrás de Matty, encontrando-o encostado em um armazém à beira-mar, encharcado e cabisbaixo.

“Ele não me entende”, disse Matty, sem o habitual brilho nos olhos.

“Ele entende. Ele só não sabe como dizer. E você não sabe como ficar quieto para ouvir”, retrucou Hector. “Voltem para o café. Está frio.”

A reconciliação deles, mais uma vez, foi música. Patrik tocou uma peça antiga, melancólica e cheia de saudade. Matty, em vez de acompanhar, esperou. E quando o último vibrado de Patrik se dissolveu no ar, ele entrou com um tema novo, leve e cheio de perdão. Não estava na partitura. Era só dele. Para Patrik.

Hector assistiu, da sua posição atrás do balcão, seu silêncio já não mais solitário, mas preenchido pelaquele diálogo musical. Percebeu, então, que amava. Não apenas Matty, com seu fogo e risada fácil. Amava os dois. Amava a devoção séria de Patrik e a chama imprevisível de Matty. Amava a música que só existia porque existiam juntos.

Não precisou de palavras. Naquela noite, quando fecharam o café, Hector entregou a cada um uma chave. Uma chave velha e desgastada, da porta dos fundos.

“Para quando o silêncio for grande demais”, murmurou, sem encontrar seus olhos.

Matty segurou a chave, depois a mão de Hector. Patrik observou, e em seu rosto não havia surpresa, apenas um entendimento profundo e uma aceitação tranquila. Seu violoncelo e o violino de Matty repousavam lado a lado, instrumentos diferentes, afinados para a mesma sinfonia.

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