Ander Vizallati and Noel Spain fuck
No coração de Barcelona, onde as ruas de pedra guardam segredos em cada esquina, Noel Spain mantinha uma pequena livraria chamada “A Página Perdida”. Era um refúgio de papel e silêncio, cheio daquelas edições raras que parecem respirar história. Noel, com seus suéteres de lã mesmo no outono e um jeito tranquilo de quem conversa com personagens fictícios, era o guardião daquele templo. Seu mundo era feito de palavras impressas, seguras, previsíveis.
Tudo mudou no dia em que a neve caiu sobre a cidade — um evento raríssimo, que pintou as palmeiras de branco e silenciou o burburinho habitual.
Foi então que Ander Vizallati entrou na livraria, trazendo consigo o frio exterior e uma energia que parecia desafiar a quietude do lugar. Ander era um artista visual belga, de cabelos escuros bagunçados pelo vento e olhos que capturavam detalhes como uma câmera. Ele procurava um livro específico sobre arquitetura gótica catalã, mas não em espanhol ou catalão. Precisava de uma edição em flamengo, uma raridade quase impossível.
“Sou um tradutor”, explicou Ander, esfregando as mãos para aquecê-las. “Mas não de palavras. Traduzo paisagens em instalações, sons em cores. Estou aqui para um projeto sobre como a luz do Mediterrâneo se transforma no inverno.”




