Altme20 – fucking on the sofa

O mundo de Altair era definido por linhas de código e a lógica implacável da inteligência artificial que ele desenvolvia. Conhecido online como “Altme20”, ele criava algoritmos que previam comportamentos, otimizavam rotas e decifravam padrões. Sua vida, no entanto, era um deserto emocional – previsível, eficiente e profundamente solitária.
Tudo mudou quando sua empresa contratou Mei para o projeto “Synapse-20”.
Mei era uma artista de realidade aumentada. Ela não falava em código, mas em cores. Não via dados, mas histórias. Enquanto Altair construía a espinha dorsal lógica do projeto, Mei respirava vida nele, criando experiências imersivas que faziam os usuários sentirem algo.
No início, foram choques. Ele reclamava que suas “emoções digitais” atrapalhavam a eficiência do sistema. Ela argumentava que sua “lógica gelada” tornava a experiência estéril. Os colegas os evitavam quando estavam na mesma sala.
Mas o projeto os forçou a uma trégua. Tarde da noite, na sala de servidores, cercados pelo zumbido das máquinas, eles começaram a ceder. Altair, pela primeira vez, explicou a beleza elegante de um algoritmo. Mei, por sua vez, mostrou como uma única cor poderia alterar toda a percepção de um ambiente virtual.
Ele, acostumado a prever tudo, não pôde prever o que aconteceu. Começou a buscar os trechos de código que ela havia criado, não para criticar, mas para admirar. Ela, por sua vez, começou a ver a poesia escondida na lógica precisa dele.