Ali Rush and Theo Dore fuck during a massage

O vento soprava frio nas ruas de Londres, mas dentro da pequena livraria “O Beco do Pensador”, o ambiente era quente e acolhedor. Foi ali, entre as pilhas de livros empoeirados, que Theo Dore viu Ali Rush pela primeira vez.
Theo era o dono do lugar. Um homem quieto, de olhos amendoados que guardavam a tranquilidade das páginas que ele tanto amava. Sua vida era previsível: abrir a loja às nove, organizar os livros, fazer um chá das cinco e fechar às sete. Era uma existência pacata, até aquele dia de tempestade.
Ali entrou como um redemoinho, encharcada pela chuva, com uma bolsa de couro salpicada de água e um sorriso desarmante que fez o coração de Theo bater em um compasso estranho.
“Desculpe o alvoroço”, disse ela, sacudindo o casaco. “Procuro um livro específico. ‘As Ondas’, da Virginia Woolf. A edição com a capa azul-clara.”
Theo, normalmente tão eloquente com as palavras, sentiu a língua pesada.
“Eu… acho que tenho. Deixe-me ver.”
Enquanto ele procurava, Ali não parava quieta. Mexia nos livros, lia as orelhas em voz baixa, fazia comentários para si mesma. Era energia pura, um contraste gritante com a quietude de Theo. Ele encontrou o livro, escondido em uma prateleira alta. Ao entregá-lo, seus dedos tocaram os dela, e uma corrente silenciosa percorreu seu braço.
“Perfeito!”, ela exclamou, seus olhos verdes brilhando. “É para um projeto de arte. Quero colocar palavras flutuando em uma tela, como as ondas de pensamento da Virginia Woolf.”
Theo descobriu que Ali era uma artista. Impulsiva, apaixonada, vivendo a vida em cores vibrantes. Ela começou a frequentar a livraria quase todos os dias, sempre com uma pergunta, uma ideia nova, um pedaço de chocolate para dividir. Theo, por sua vez, descobria que seu mundo cinza ganhava tons que ele nem sabia existirem.
Ele a presentou com “O Amor nos Tempos do Cólera”, e ela lhe mostrou seus esboços, cheios de linhas ousadas e sentimentos crus. Ele era o porto seguro, a âncora. Ela, a aventura, o mar aberto. Aos poucos, a livraria tornou-se o ponto de encontro deles. Ele lia trechos de poesia para ela, e ela transformava essas palavras em desenhos no seu caderno.
O amor não foi um furacão, mas uma maré que lentamente inundou seus corações. Foi em um tarde tranquila, com o sol entrando pelas vitrines e iluminando o pó de giz-pastel nas mãos de Ali, que Theo percebeu.
Ela estava concentrada, desenhando a estante de livros antigos. Ele a observava, e o silêncio entre eles não era vazio, era pleno. Era como se todas as histórias daquela livraria tivessem levado aquele momento.
“Ali”, ele chamou, sua voz suave quebrando o silêncio.
Ela ergueu os olhos, manchada de azul e rosa.
“Eu te amo”, ele disse, simplesmente. Não havia outra maneira de dizê-lo. Não com metáforas ou citações de grandes autores. Apenas a verdade crua e doce.
O sorriso que se espalhou pelo rosto de Ali foi mais brilhante que qualquer obra de arte. “Eu também te amo, Theo Dore. Desde o dia em que entrei aqui encharcada e você me deu abrigo.”
Ali Rush não precisou mais correr. E Theo Dore descobriu que o maior amor não está nos livros, mas na pessoa que te faz querer escrever uma nova história a cada dia. Juntos, eles eram a narrativa mais bonita de todas: a do oposto que se completa, da calma que encontra a tempestade e, juntos, encontram o equilíbrio perfeito.