AfroBlackXXX fucks Angel Messi in Room Service – part one
A cidade respirava através de suas paredes. E AfroBlackXXX era um de seus pulmões mais vitais. Seus grafites eram explosões de consciência social, retratos gigantes de rostos anônimos e palavras de protesto que sangravam tinta colorida sobre o concreto cinza. Ele era uma lenda nas ruas, um fantasma que só aparecia à noite, com um capuz e latas de spray que sussurravam em sua mochila.
Do outro lado da cidade, em uma quadra de futebol de várzea iluminada por um único poste, Angel Messi dançava. Seus pés, calçados em chuteiras surradas, pareciam ter ímãs para a bola. Ele era baixo, ágil, e driblava com uma graça que fazia os olhos dos poucos espectadores noturnos se encherem de água. Eles o chamavam de “Messi” não por imitação, mas por reconhecimento. Angel era a alma do jogo, um artista cujo palco era o asfalto irregular.
Seus mundos eram paralelos, ambos nascendo da noite e do coração da periferia, mas nunca se tocando. Até a noite em que a tinta de AfroBlack encontrou a bola de Angel.
AfroBlack estava finalizando um mural enorme na parede cega ao lado da quadra. Era o rosto de uma anciã da comunidade, com olhos que contavam histórias de séculos. De repente, uma bola de futevelho, desviada de um chute potente, acertou em cheio a lata de spray em sua mão, manchando de branco o queixo da anciã.
— Puta merda! — gritou AfroBlack, segurando a mão latejante.
Um vulto pequeno e ágil correu em sua direção. — Irmão, foi mal, foi mal! Foi sem querer!
Era Angel Messi, seu rosto iluminado pela luz fraca do poste, cheio de preocupação genuína.
A fúria inicial de AfroBlack evaporou quando viu os olhos de Angel — grandes, escuros e cheios da mesma paixão que ele via nos próprios rabiscos no espelho.
— Vai estragar o seu mural? — perguntou Angel, olhando para a gigantesca obra de arte.
AfroBlack olhou para a mancha branca. E então olhou para Angel. Uma ideia, louca e repentina, surgiu em sua mente.
— Tá vendo essa mancha? — ele disse, pegando uma lata de spray azul. — Agora é uma lágrima. A dona Maria chorando de alegria por ver você jogar.
Angel riu, um som claro que cortou a tensão da noite. Ele ficou ali, parado, observando AfroBlack trabalhar. A mão do grafiteiro, antes tensa de raiva, agora se movia com uma nova fluidez, incorporando o acidente à sua arte.
Enquanto AfroBlack transformava o erro em beleza, eles conversaram. Falaram sobre a pressão de ser o melhor (seja com a bola ou com o spray), sobre os sonhos que pareciam maiores que a cidade, sobre a solidão de carregar um apelido que era também um fardo.
Quando o mural ficou pronto, a lágrima azul era a parte mais bela e triste do retrato.
— Ninguém nunca fez da minha bagunça algo tão bonito — disse Angel, maravilhado.
— Ninguém nunca parou o meu trabalho para me fazer conversar — respondeu AfroBlack, baixando o capuz pela primeira vez naquela noite.




