Adam Archuleta (Mike De Ville), Andre Boleyn, Christian Lundgren, Jerome Exupery – a raw twink fourway
No alto do prédio decadente do Theatro De Ville, quatro homens encaravam o vazio de suas carreiras, sem saber que estavam prestes a protagonizar o maior sucesso que nunca existiria.
Adam Archuleta, conhecido nos bastidores como Mike De Ville, era o lendário maestro do teatro, agora reduzido a uma lenda amarga. A fama de gênio intratável e a queda em desgraza após um escândalo inventado o deixaram com um teatro vazio e um nome riscado da alta sociedade. Ele só concordara em fazer aquela última produção para provar que ainda era relevante.
Andre Boleyn era o ator de televisão que o mundo esquecera. Famoso por uma série de comédia nos anos 2000, agora enfrentava a cruel transição para os quarenta anos, rejeitado em audições para papéis que considerava abaixo de seu talento. Aceitara a peça no De Ville por desespero, não por arte.
Christian Lundgren, o cenógrafo sueco, era um artista plástico em exílio autoimposto. Suas instalações provocativas renderam-lhe aclamação na Europa e uma ficha policial por vandalismo. No Brasil para “se reencontrar”, aceitara o trabalho por dinheiro, escondendo seu desprezo pelo teatro comercial.
Jerome Exupery era o produtor. Ou melhor, era um produtor. Após uma cadeia de fracassos financeiros que culminou na falência de sua empresa, ele apostara suas últimas economias nessa produção, uma peça absurda chamada “O Eco do Vazio”, escrita por um autor desconhecido. Era seu último cartucho.




