A Load Deserved – Johnny Ford and Siren Santiago fuck

O farol de Cedar Point era o refúgio de Johnny Ford. Ele herdara o ofício do avô, um homem de poucas palavras e coração vasto como o oceano que vigiava. Johnny preferia a companhia da névoa salgada e do rugido constante das ondas à agitação da pequena cidade pesqueira. Sua vida era um ciclo metódico de manutenção da lente, anotações no livro de registro e noites embaladas pelo canto melancólico da sirene de nevoeiro.
Até que o canto mudou.
Num verão excepcionalmente denso, uma névoa espessa e persistente encobriu a costa por dias. E no meio daquela bruma cegante, a sirene começou a falhar. No lugar do gemido mecânico e previsível, ecoava um som truncado, quase um suspiro quebrado. Preocupado, Johnny partiu em seu barco a motor, orientando-se mais por instinto do que por visão.
Foi então que ele a ouviu. Não era a sirene. Era uma voz. Uma melodia tão pura e penetrante que parecia cortar a névoa como um facão. Era uma canção de uma tristeza imensa, uma saudade que fez o próprio coração de Johnny doer em compasso. Ele seguiu a voz, seu barco cortando as águas cinzentas até encontrar a fonte do som: um pequeno barco à deriva, encalhado num banco de areia.