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Lucca Mazzi Shares Tampa Tom with King Louis – RFC

O barco a motor era um velho *gozzo sorrentino*, a madeira do convés clara de tanto sol e sal. Seu nome, *”L’Auriga”*, estava quase apagado na proa. **Lucca Mazzi** estava encostado no leme, não o tocando, deixando as fracas correntes da baía de Napoli o levarem. Seus olhos, da cor da água em dia de tempestade, não viam os turistas no Molo Beverello ou o Vésuvio ao fundo. Eles viam um lugar três metros abaixo da superfície, onde a luz do sol se tornava verde e o silêncio era quebrado apenas por suas próprias bolhas.

Na sacola de mergulho a seus pés, repousava não o produto de um dia de pesca, mas um objeto pequeno e pesado, envolto em um pano úmido. Um *dente de lobo*. Uma âncora romana em miniatura, de chumbo, que ele encontrara no leito de lama perto dos pilares submersos de um velho cais. Um amuleto para marinheiros, perdido há séculos.

Lucca não era um arqueólogo. Era um *pescatore*. Um homem do mar no sentido mais antigo da palavra. Seus netos riam e chamavam-no de *’nonno sirena’*, o avô sereia, porque ele passava mais tempo debaixo d’água do que em terra firme. Ele conhecia cada pedra, cada desnível, cada naufrágio silencioso daquela parte do golfo. Pesca era o que punha comida na mesa, mas a verdadeira pesca, para ele, era essa: trazer à tona fragmentos do tempo.

Ele pegou o amuleto, sentindo o peso frio e suave na palma da mão. O chumbo estava deformado, marcado por séculos de erosão, mas a forma ainda era reconhecível. Alguém, um pai talvez, ou um capitão ansioso, havia pendurado isso na proa de um barco menor que o *L’Auriga*, confiando em um pedaço de metal para aplacar a fúria de Netuno.

Um ronco baixo cortou seus pensamentos. Uma lancha rápida, toda de fibra branca e cromada, aproximou-se e reduziu a velocidade ao lado de seu barco de madeira. Um homem com camisa de seda aberta no peito e óculos de sol caros sorria.

— *Buongiorno, vecchio!* — o homem chamou, sua voz artificialmente alegre. — Ouvi dizer que você é o homem que encontra coisas. Coisas *velhas*.

Lucca não respondeu. Apenas assentiu, guardando o amuleto de volta na sacola com um gesto lento.

— Eu tenho um interesse — continuou o homem, ignorando o silêncio. — Em antiguidades subaquáticas. Sou um colecionador. Pago bem. Muito bem. Em dinheiro. Você acha algo, me traz. Sem perguntas, sem museus. Um negócio simples entre homens do mar. — Seu sorriso era largo, mas não chegava aos olhos, ocultos atrás dos óculos espelhados.

Lucca olhou para ele, depois para as mãos do homem, limpas e sem calos, que nunca tinham puxado uma rede ou consertado uma vela. Eram mãos que só sabiam pegar.

— O mar não vende — disse Lucca, sua voz tão áspera quanto corda de cânhamo. — O mar apenas… empresta. Por um tempo.

O sorriso do homem congelou. — Não seja tolo. São pedaços de rocha e metal velho. Eu dou a eles um valor. Você ganha uma vida melhor.

Lucca ligou o motor do *gozzo* com um puxão na corda. O motor antigo pegou com um rugido baixo e confiável.

— Minha vida já é boa — ele disse, olhando finalmente para o homem nos óculos escuros. — Ela tem silêncio. E tem história. E essas… não se vendem.

Sem esperar por uma resposta, Lucca virou o leme e o *L’Auriga* começou a cortar a água em direção ao pequeno porto de Mergellina, deixando a lancha branca balançando em seu rastro.

Mais tarde, na pequena casa encostada na colina, Lucca limpou o dente de lobo com água doce e o colocou em uma prateleira áspera de madeira, ao lado de uma ânfora etrusca com um furo, um prato de cerâmica grega e uma dúzia de outras peças. Fragmentos de impérios. Testemunhas silenciosas. Ele não as venderia. Ele as *guardava*. Era seu museu particular, sua conversa com o passado.

Seu neto mais novo, Paolo, entrou correndo.

— *Nonno! O que você trouxe hoje?*

Lucca pegou o menino no colo e apontou para o pequeno pedaço de chumbo.

— Isto, *piccirillo*, é para que o mar lembre de ser gentil. E para que nós lembremos de sermos gratos.

Do lado de fora, o sol começava a se pôr sobre o golfo, pintando o céu de laranja e roxo. Na água tranquila, dezenas de fragmentos de história ainda repousavam no escuro, esperando. E Lucca Mazzi, o *pescatore* de memórias, sabia que no dia seguinte, ele estaria lá novamente, ouvindo os sussurros da lama e devolvendo, um pedaço de cada vez, as vozes que o mar havia silenciado.

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