BR EVERTON ALEXANDRE (Dedinho) sendo fodido pelo vizinho gostoso
O vento do sertão não sopra, ele lima. Desgasta pedra, torce mandacaru e esculpe os homens em silhuetas duras e quietas. Everton Alexandre era uma dessas silhuetas. Sentado na soleira da casa de taipa, ele afiava sua faca de ponta, o olhar perdido no horizonte onde a terra beijava um céu de um azul implacável. O gado pastava longe, um ponto marrom no amarelo infinito.
Seu nome era um contraste. Everton, do time de futebol que seu pai, um retirante alucinado pela seca de 83, nunca viu jogar, mas de cujo nome gostava pelo som. Alexandre, do avô, um homem que se perdeu na caatinga e nunca mais foi encontrado. Everton carregava os dois: a saudade de um lugar que não conhecia e o fantasma de um homem que a terra engoliu.




