AmadorBarebackBoqueteTrisalVídeos Gays

Chris Damned, Ray Diesel and Tryp Bates – a threesome

O silêncio no *Saint Mary’s Rest*, o último bar antes do deserto eterno, era tão denso que dava para cortar com a faca que Tryp Bates estava usando para limpar as unhas. A lâmina refletia a luz mortiça do neon azul do letreiro, que piscava irregularmente, anunciando a falência do lugar em cada cintilação. Dois clientes. Dois mundos à beira de um abismo.

Num canto, afundado em uma banqueta de couro rachado, estava Ray Diesel. Seus braços, mais grossos que os cabos de aço que ele costumava carregar, repousavam sobre o balcão como toras de carvalho. Ele não bebia para esquecer; bebia para afundar, para tornar o peso da memória mais tolerável. Cada gole de uísque era um esforço consciente. Ele olhava fixamente para o copo, mas via apenas o rosto de sua irmã, Sarah, sumindo na multidão da feira-livre, dez anos atrás.

No outro extremo do balcão, elegante e dissonante como um corvo num galinheiro, estava Chris Damned. Seu nome era uma coincidência irônica, mas ele vestia-a como um manto. Terno preto impecável, camisa branca sem uma ruga, as mãos finas acariciando uma taça de absinto que não combinava com o cardápio. Seus olhos, escuros e calculistas, estudavam Ray com o interesse frio de um entomologista. Ele sabia coisas. Sabia do passado de Ray, do peso que carregava, da raiva que fervia sob aquela superfície de pedra.

Tryp Bates, o dono e barman, observava os dois com a sabedoria cansada de quem já viu todas as histórias começarem e terminarem naquelas quatro paredes. Seu apelido vinha da “tripofobia”, o medo de buracos irregulares, que ele achava graça. Ele era cheio de furos, cicatrizes de uma vida malfadada, e gostava de cutucar os buracos nos outros.

“Não costumo fazer previsões,” disse Tryp, quebrando o silêncio com a voz áspera de cigarro, “mas essa noite cheira a fim de linha. Cheira a dívida sendo cobrada.”

Ray nem se mexeu. Chris sorriu, um movimento quase imperceptível dos lábios.

“Toda dívida tem um credor, Sr. Bates,” disse Chris, sua voz um fio de seda na escuridão. “E alguns credores são… pacientes.”

Foi então que a porta do bar se abriu, não com estrondo, mas com um rangido longo e agonizante. A entrada não trouxe o vento quente do deserto, mas uma sensação de vácuo, de ar sendo sugado. E nela, encostada na moldura, estava uma figura. Era uma mulher, mas não como Ray se lembrava. Os dez anos não haviam sido gentis. O cabelo de Sarah estava opaco, os olhos profundos e cercados por sombras escuras. Ela usava um casaco fino demais para o frio noturno do deserto. Mas era ela.

Ray se levantou tão rápido que a banqueta caiu para trás com um baque surdo. Um tremor violento percorreu seu corpo colossal. “Sarah?” A palavra saiu como um sopro roubado.

Ela olhou para ele, e não havia alívio, não havia alegria no reencontro. Apenas um cansaço infinito e um medo profundo. Seus olhos então se voltaram para Chris Damned, e um estremecimento percorreu seu corpo.

“Ele… ele disse que se eu viesse, ele te contaria onde eu estava,” sussurrou Sarah, a voz carregada de culpa e terror. “Ele disse que era um negociante. Um solucionador de problemas.”

Chris Damned ergueu-se, endireitando a lapela do paletó. “E sou. Ray Diesel, você passou uma década cavando a terra com as próprias mãos, procurando por um fantasma. Eu trouxe a carne e osso. Como o Sr. Bates disse, uma dívida sendo cobrada.”

Ray sentiu o mundo desmoronar e se reerguer ao mesmo tempo. A alegria avassaladora de ver Sarah viva foi imediatamente corroída por um ódio gelado e direcionado. “O que você fez com ela?”

“Proteção, Ray. Apenas proteção,” Chris respondeu, caminhando calmamente até o centro do bar, posicionando-se entre os irmãos. “Sua irmã se meteu com pessoas bem piores do que eu, após desaparecer. Eu a encontrei primeiro. E a mantive… segura. Por uma taxa, claro. Uma taxa que, acumulada por dez anos, com juros compostos e custos de manutenção, se tornou considerável. Uma dívida.”

Tryp Bates suspirou, guardando sua faca. “Aí estão os buracos. Uns cavam para achar. Outros cavam para enterrar. E alguns, como você, Damned, só gostam de ver os buracos dos outros.”

Sarah encolheu-se. “Ele nunca me tocou, Ray. Mas ele nunca me deixou ir. Era como uma gaiola de… de cortesia.”

Ray engoliu em seco, os punhos se cerrando. A massa muscular de seus braços tensionou o tecido da camisa. Ele entendia agora. Chris não era um sequestrador comum. Era um colecionador. Colecionador de almas, de dívidas, de vidas interrompidas. Ele havia encontrado a coisa que Ray mais desejava no mundo e a transformara em um instrumento.

“Qual é o preço?” rosnou Ray, a voz carregada de um tremor perigoso.

Chris olhou para ele, depois para Sarah, e finalmente para Tryp, que observava tudo com um misto de nojo e fascínio.

“O preço é uma escolha,” disse Chris, sua voz suave cortando o ar como a lâmina de Tryp. “Você, Ray, vem trabalhar para mim. Sua força, sua lealdade cega, serão minhas por cinco anos. Um contrato de serviço pessoal. Ou…” Ele fez uma pausa dramática, seus olhos brilhando no neon azul. “…eu levo Sarah de volta para aqueles de quem a protegi. E eles não são tão corteses quanto eu.”

O bar mergulhou em um silêncio ainda mais profundo. A piscada irregular do neon marcava o ritmo da decisão que pendia no ar. Ray olhou para a irmã, para os olhos dela cheios de um pedido de desculpas silencioso e de um medo antigo. Viu a vida que lhe foi roubada, a vida que ela teve que viver.

Tryp Bates balançou a cabeça, pegando um copo limpo para enxugar. “Alguns homens cavam para encontrar tesouro. Outros cavam para fazer túmulos. Você, Damned,” ele disse, olhando diretamente para Chris, “cava apenas para ver até onde os outros estão dispostos a descer.”

Sem aviso, Ray se moveu. Não em direção a Chris, mas para a parede ao fundo do bar. Com um só movimento, brutais e precisos, ele arrancou um extintor de incêndio vermelho e pesado do suporte, que gemeu e cedeu com um estalo de metal.

Chris não recuou. Seu sorriso se ampliou. Ele esperava uma reação física. Era algo que podia quantificar, controlar.

Vídeos relecionados

Botão Voltar ao topo

SACANAGEM ENTRE BRASILEIROS 🔥

X