Grag Stone and Marco Di Pietro fuck
O mundo de Grag Stone era sólido, pesado e silencioso. Ele era um pedreiro, um artesão da rocha bruta que herdara o ofício do avô. Suas mãos, calejadas e fortes, conversavam com o granito e o mármore, transformando blocos inertes em escadarias, pátios e muros que durariam séculos. Grag vivia em uma cabana à beira do rio, e sua companhia era o som do cinzel e o correr da água. As pessoas da vila o respeitavam, mas o consideravam uma figura solitária e um tanto áspera, tão imóvel quanto as pedras com as quais trabalhava.
O universo de Marco Di Pietro era fluido, leve e cheio de som. Ele era um cantor lírico que havia herdado uma pequena vila de pescadores decadente, transformando-a em uma pousada encantadora, a Villa della Sirena. Marco enchia os corredores com árias de Puccini, seu riso era uma melodia constante e seus gestos, amplos e expressivos, parem pintar o ar. Ele chegara da cidade grande para cuidar da propriedade da família, trazendo consigo um turbilhão de vida e um projeto: restaurar o antigo anfiteatro romano que havia em suas terras, meio enterrado pelo tempo.
Seus caminhos se cruzaram por necessidade. Marco precisava de um artesão que entendesse de pedra antiga, que respeitasse a história sem apagar suas marcas. O nome de Grag Stone foi o único mencionado com reverência.
A primeira reunião foi um choque de mundos. Na varanda da pousada, com vista para as ruínas, Marco explicou sua visão com braços abertos, falando de acústica e alma. Grag, de botas enlameadas, ouvia em silêncio, os olhos fixos nas pedras meio cobertas de hera, não no homem que gesticulava.
“Preciso que ele volte a cantar”, disse Marco, apaixonadamente.
“Ele não canta”, respondeu Grag, pela primeira vez, sua voz grave como o rolar de uma pedra. “Ele só está ali. Cabe a você trazer a música.”




