Brogan and Baxxx fuck
O nome era **Brogan**. Ele era o porteiro e zelador do edifício Art Déco “The Paramount”, um homem feito de silêncios sólidos e rotinas inquebráveis. Suas mãos, largas e marcadas, conheciam cada parafuso da velha caldeira, cada rangido do elevador de gaiola, cada sombra do saguão de mármore às 3 da manhã. Sua vida era um serviço quieto, um refrão de tarefas bem executadas.
O nome era **Baxxx** — com três Xs, como no letreiro de um cinema de rua que já não existia. Ela era a nova inquilina do penthouse, uma DJ e produtora de música eletrônica experimental. Seu “estúdio” era um cavernoso loft cheio de sintetizadores modulares, cabos como serpentes e um sistema de som que fazia os canos do prédio vibrarem. Ela era um turbilhão de fones de cabeça coloridos, batidas glitch e cheiro de café forte e patchouli.
O primeiro contato foi um… incidente. Às 2h47 de uma terça-feira, o disjuntor geral do “Paramount” desligou, mergulhando o edifício em escuridão e silêncio. Cinco minutos depois, Brogan, com sua lanterna de campo, batia à porta do penthouse. Ela abriu, envolta na luz azul de uma tela e no brilho de um laptop, o som de uma batida distorcida vazando de seus fones.
“A senhora está usando um equipamento de alta voltagem na tomada errada”, disse Brogan, sua voz um baixo estático. “Desestabilizou a rede.”
“Perfeito”, ela respondeu, um sorriso brincalhão nos lábios. “Consegui um *drop* involuntário de energia total. É arte.”
Ele não sorriu. Apenas a acompanhou até a caixa de fusíveis, iluminando o caminho. Enquanto consertava, ela o observou. A precisão de seus movimentos, a economia de gestos. Ele não era um homem, era um *ritmo*. Um ritmo lento, constante, profundo.
No dia seguinte, havia um pequeno pacote de papel pardo em cima da mesa de controle de Brogan, no seu cubículo atrás da recepção. Dentro, um cartucho de fita cassete, rotulada à mão: **“FONTE PRIMÁRIA (AMOSTRA)”**. Curioso, ele colocou na velha radio-cassete que usava para ouvir partidas de futebol. O que saiu não era música.




