SvandyLove and Tannor Reed suck eachother

Em uma cidade onde o ritmo era ditado pelo metrô e pelas notificações do celular, dois mundos giravam em órbitas aparentemente opostas.
SvandyLove não era apenas um nome de usuário; era uma filosofia. Sandra, no cotidiano, era uma fotógrafa de casamentos que acreditava piamente no amor. Seu Instagram, @SvandyLove, era um altar de momentos roubados: casais se olhando, mãos se entrelaçando, sorrisos que falavam mais que palavras. Ela capturava a poesia do amor alheio, mas, em seu próprio álbum, as páginas em branco sussurravam uma solidão delicada.
Tannor Reed era som onde Svandy era luz. Um técnico de som e músico de estúdio, ele vivia nos bastidores, afinando instrumentos, equalizando frequências, caçando ruídos indesejados. Seu mundo era de audição aguçada e silêncios significativos. Ele não acreditava em amor à primeira vista, mas sim na harmonia perfeita entre duas notas. O amor, para ele, era uma mixagem que ele ainda não tinha conseguido masterizar.
Seus caminhos se cruzaram no casamento mais caótico que Svandy já fotografara. A noiva, amiga de infância de Tannor, insistira que ele fosse o DJ. A festa estava linda, mas o sistema de som teimava em criar um feedback estridente a cada discurso. Svandy, tentando capturar o momento do primeiro olhar do casal, vencia uma batalha contra as lágrimas de frustração cada vez que o microfone guinchava.
Foi quando Tannor apareceu. Não com dramaticidade, mas com uma calma infalível. Enquanto os convidados resmungavam, ele se ajoelhou atrás do mixer, seus dedos longos ajustando botões com uma precisão cirúrgica. Em segundos, o ruído cessou. Ele pegou o microfone e sussurrou, num tom que só ela, que estava próxima, ouviu: “Desculpe pelo contratempo. A próxima faixa é silêncio, em ré maior.”
O olhar que Svandy direcionou a ele não foi de alívio, mas de deslumbramento. Ela viu a concentração em seu rosto, a maneira como seus ouvidos pareciam escutar o que ninguém mais conseguia. Naquele instante, ela não viu um técnico; viu um maestro. E, sem pensar, levantou a câmera e capturou a imagem: o perfil de Tannor iluminado pelas luzes coloridas do DJ, uma ilha de serenidade no caos.
Mais tarde, na varanda vazia, ele a encontrou revisando as fotos. “Espero não ter estragado seus melhores cliques”, disse, voz suave.
“Pelo contrário”, ela respondeu, virando a câmera para ele. “Você salvou o dia. E eu consegui minha foto favorita.”




