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Cameron Spader and Skippy Monroe fuck – Raw Antics

O bairro da Velha Estação era um lugar de contrastes. De um lado da rua principal, a decadência elegante: prédios de fachada art déco com lojas que vendiam quinquilharias, livros usados e discos de vinil. Do outro, o novo que teimava em nascer: um café com Wi-Fi grátis, um food truck de acai bowl e murais de grafite em cores vibrantes.

No epicentro desse abismo ficava **”O Último Acorde”**, um bar escuro, estreito e cheio de fumaça que insistia em sobreviver. Seu dono e única atração fixa era **Cameron Spader**. Ex-músico de estrada, Cameron tinha a voz como o ranger de uma porta de porão e os dedos nodosos de quem passou seis décadas apertando as cordas de uma guitarra Gibson Les Paul de 1959. Seu repertório era um blues profundo e ancestral, canções de trens que não passavam mais, amores que doíam como ferrugem e uma melancolia que era quase um conforto. Ele tocava todas as noites para meia dúzia de fiéis, velhos como ele, que balançavam a cabeça no ritmo de memórias compartilhadas.

Uma tarde, enquanto Cameron limpava os copos sob a luz fraca do meio-dia, a porta se abriu violentamente. Não era um cliente. Era um ciclone de energia chamado **Skippy Monroe**.

Skippy não podia ter mais que vinte anos. Vestia um moletom enorme, um boné virado para trás, e carregava uma mochila gigante de onde saiam fones de ouvido e cabos USB. Seus olhos eram dois faróis digitais, escaneando o ambiente como se procurasse uma porta para outra dimensão.

“Fala, chefe! Tô procurando um lugar pra fazer meu cast. Meu estúdio em casa pega o barulho da minha irmã ensaiando k-pop”, disse Skippy, as palavras saindo em uma rajada.

Cameron ergueu uma sobrancelha grisalha. “Cast? Isso é doença de pombo?”

“Live stream! Transmissão ao vivo! Eu faço rap, conto histórias, interajo com a galera. Preciso de um background maneiro, com vibe. Esse lugar aqui… tem *vibe*. Pesada.”

Cameron olhou ao redor, vendo as prateleiras empoeiradas, as fotos desbotadas de músicos mortos, o assoalho manchado de cerveja. “O que tem aqui é mofo, garoto.”

“Perfeito! É *autêntico*!”, exclamou Skippy, já montando um tripé minúsculo para o celular em cima de um barril vazio. “É um acordo? Eu te pago com visibilidade! Meus seguidores vão *amar* este lugar.”

Antes que Cameron pudesse dizer “não”, Skippy já estava no ar. Sua energia era avassaladora. Enquanto Cameron tentava ensaiar um lento “Stormy Monday”, do outro lado do bar ecoava uma batida 808 estrondosa e rimas velozes sobre algoritmos, ansiedade urbana e a busca por Wi-Fi. Os dois velhos clientes fiéis saíram, ofendidos.

“Garoto!”, rugiu Cameron, desligando o amplificador. “Isso aqui não é uma lan house! É um templo! Do silêncio… e do *blues*!”

Skippy pausou a transmissão, sem perder o sorriso. “Tio Cam, desculpa a invasão. Mas escuta só uma coisa.” Ele tirou os fones e colocou um par em Cameron, que recuou como se fosse uma aranha.

Da caixinha saiu uma música. Era um rap, mas a batida era construída sobre um sample profundo e distorcido… que Cameron reconheceu. Era o riff de guitarra de uma música obscura de Howlin’ Wolf, que ele mesmo tentara tocar anos atrás.

“De onde você tirou isso?”, perguntou Cameron, sua voz suavizada pela surpresa.

“Da deep web, dos arquivos digitais de uma rádio de Memphis dos anos 60. É a raiz, tio! O *feeling* é o mesmo. Só o instrumental é diferente.”

Naquela noite, houve uma trégua tensa. Cameron tocava seus três primeiros sets. À meia-noite, era a vez de Skippy fazer sua live. Para surpresa de Cameron, alguns dos jovens do food truck começaram a aparecer, atraídos pela energia online de Skippy. Eles bebiam cerveja barata e, no início, riam do ambiente “caveira”. Mas quando Cameron retomava o palco após a transmissão, um silêncio diferente pairava. Os jovens, saturados do digital, ouviam aquele som analógico e cru com um respeito novo.

A virada aconteceu em uma noite de temporal. A energia caiu em todo o bairro. O “Último Acorde” ficou mergulhado em escuridão e silêncio, só iluminado por algumas velas que Cameron tinha para essas ocasiões. Sem amplificador, sem internet, sem beat.

Skippy, preso pelo temporal, olhou para a escuridão, desesperado. Sua conexão com o mundo havia sido cortada. Cameron, calmamente, pegou sua velha guitarra acústica, sem amplificar nada.

“Na minha época, a gente chamava isso de ‘apagão’. E a música vinha daqui”, disse, batendo no peito, e depois fez um acorde grave que ecoou na madeira do bar.

Ele começou a tocar. Um blues raw, apenas voz e guitarra, contando sobre a escuridão antes da luz elétrica, sobre solidão que nem uma tela consegue preencher. Skippy, no começo, ficou paralisado. Depois, instintivamente, começou a bater uma cadência complexa na mesa com as mãos, criando uma percussão orgânica. Era uma batida diferente, urbana, mas que se encaixava perfeitamente no compasso lento do blues.

Cameron cantava sobre um trem na noite. Skippy sussurrava rimas sobre o metrô lotado. Eram linguagens diferentes, falando da mesma solidão. Um dos jovens pegou um jarro vazio e começou a fazer uma levada simples. Outro assobiava.

Quando a luz voltou, uma hora depois, encontraram um bar cheio de gente silenciosa, ouvindo aquele duo improvisado. A live de Skippy tinha caído, mas ele estava no seu celular, gravando tudo com os olhos arregalados de descoberta.

A partir daí, “O Último Acorde” ganhou uma nova noção. As quintas-feiras viraram noites de “Colisão de Gerações”. Cameron tocava suas músicas. Skippy fazia seu rap. E no último set, eles se encontravam no meio. Cameron aprendia a simplificar um blues de 12 compassos para servir de base. Skippy aprendia a respirar, a deixar o silêncio fazer parte da música.

Cameron Spader, o velho bluesman, descobriu que sua música não era um fóssil. Era uma semente. E Skippy Monroe, o menino do rap digital, descobriu que o algoritmo mais importante não estava na nuvem, mas no coração batendo no peito de um velho, e no som de dedos calejados deslizando em cordas de aço. Juntos, no bar mais velho do bairro, eles não estavam tentando salvar o passado ou idolatrar o futuro. Estavam simplesmente fazendo o barulho do agora – áspero, real e perfeitamente desafinado.

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