Gabriel Maestro and Jack Sterling fuck – Hammered Twink

O Grande Teatro da Cidade era um organismo que respirava em ciclos de aplausos e silêncio. Nos palcos, sob a luz dourada dos holofotes, reinava Gabriel Maestro. O nome não era um título, mas uma descrição. Regente principal da orquestra sinfônica, Gabriel era um homem feito de ângulos precisos e gestos fluidos. Seu mundo era de partituras imaculadas, de cada nota no seu lugar, de um equilíbrio matemático que resultava em beleza pura. Para ele, o caos era o inimigo. Um violino desafinado era uma afronta pessoal; um trompista que chegava tarde, um pecado mortal. Ele acreditava que a perfeição era uma fortaleza, construída nota a nota, que mantinha a desordem do mundo lá fora.
O mundo lá fora, em particular, tinha um nome: Jack Sterling.
Enquanto Gabriel orquestrava a “Sinfonia Heroica”, Jack orquestrava golpes. Era um ladrão de joias, o melhor da sua geração, conhecido nos meios errados como “O Fantasma”. Seu estilo era artístico: nunca usava violência, raramente deixava vestígios. Ele especializara-se em roubos durante eventos de alta sociedade, onde a confusão e a elegância se misturavam perfeitamente. Seus planos eram partituras complexas de distração, timing e precisão cirúrgica. Para Jack, o caos não era o inimigo; era a cortina de fumaça, o acorde dissonante que encobria o tema principal do seu furto.
O destino, com seu senso de humor perverso, decidiu que os caminhos dos dois mestres do controle se cruzariam na noite da Gala de Diamantes, no próprio Grande Teatro.
O evento era a junção dos dois mundos: a alta cultura e a alta riqueza. A orquestra, sob a batuta impecável de Gabriel, tocava Vivaldi enquanto a elite da cidade exibia suas joias em salas adornadas com veludo. Entre os convidados, movendo-se com a desenvoltura de um socialite, estava Jack Sterling. Seu alvo: o “Coração do Mar”, um diamante azul do tamanho de uma ameixa, usado no pescoço da esposa de um magnata.
O plano de Jack era uma obra-prima. Às nove em ponto, durante o ápice de “As Quatro Estações”, um pequeno incêndio no sistema elétrico do saguão (causado por um dispositivo de retardo) apagaria as luzes por exatos 47 segundos. Tempo mais que suficiente para ele, com suas lentes de visão noturna e dedos de cirurgião, substituir o colar por uma réplica perfeita.
O que Jack não contava era com o ouvido absoluto e a neurose pelo controle de Gabriel Maestro.
Às 20:59:30, enquanto Gabriel conduzia o “Verão” com intensidade crescente, seu ouvido captou um som estranho. Não vinha da orquestra. Era um click metálico, abafado, vindo da direção do painel elétrico atrás do palco. Um som que não estava na partitura do seu concerto, nem no roteiro da gala. Para os outros, era imperceptível. Para ele, era uma nota horrivelmente desafinada no silêncio dos bastidores.
Seu instinto de maestro entrou em ação. Algo estava prestes a sair do controle, a perturbar a ordem perfeita da sua apresentação. Sem hesitar, dois segundos antes do dispositivo de Jack ativar, Gabriel fez algo inédito: interrompeu a música. Num gesto brusco, baixou sua batuta.
O silêncio caiu como um golpe. O incêndio no saguão começou, mas as luzes do palco, em um circuito diferente, permaneceram acesas. Em vez do pânico generalizado na escuridão total que Jack planejara, houve apenas confusão localizada e murmúrios. E, mais importante, todos os olhos estavam no palco, no regente que inexplicavelmente parara a orquestra.
Incluindo os olhos do segurança pessoal do magnata, que viu, sob a luz clara do palco, a mão de Jack Sterling congelada a centímetros do “Coração do Mar”.
O caos que Jack tanto amava virou-se contra ele. Preso, foi levado para uma sala de segurança anexa ao próprio teatro. E quem foi designado a vigiá-lo, enquanto a polícia era chamada? Gabriel Maestro. Os organizadores, em pânico, achavam que a presença calma do regente traria serenidade.




