4 way fuck – Fabio Brazilian, Jose Poyato, Matt Polaco, Ruggery Valdivia

O armazém à beira do rio era um ponto de encontro improvável para homens de mundos tão diferentes. Era ali que **Fábio Brazilian**, com seu jeito descontraído e seu conhecimento profundo das águas turvas do porto, recebia e despachava mercadorias exóticas. Ele conhecia cada capitão, cada carregador, cada atalho. A vida era um samba de logística e informalidade, até que o pacote chegou.
A encomenda, selada com um símbolo que ele não reconheceu, veio com instruções específicas: entregar apenas a **Jose Poyato**. Poyato era um homem meticuloso, de ternos impecáveis mesmo no calor úmido, e falava com uma precisão que cortava o ar. Era um especialista em “aquisições especiais” para colecionadores anônimos. Quando abriu o pacote e viu a pequena estatueta de jade, seu rosto, normalmente um lago de tranquilidade, contraiu-se num leve tremor.
“Está errado”, disse Poyato, secamente. “O selo é uma falsificação grosseira. Isto não veio do meu contato em Varsóvia. Veio de um intermediário… um *fantasma*.”
O fantasma tinha um nome: **Matt Polaco**. Ninguém o via, mas todos conheciam sua reputação. Operava das sombras da Europa de Leste, um mestre em replicar, interceptar e redirecionar tesouros roubados. Se Matt Polaco estava envolvido, significava que a estatueta verdadeira valia uma fortuna obscena e que alguém havia sido traído. E, mais importante, significava que Matt não havia feito o trabalho sozinho. Ele precisava de alguém no local, alguém com acesso e frieza.
Foi assim que **Ruggery Valdivia** entrou na história. Ruggery não era um homem de negócios; era um artista. Um artista do caos controlado. Especialista em segurança, ele era quem projetava os sistemas que homens como Poyato usavam para proteger suas aquisições. A ironia era que Ruggery, com seu olhar calmo e calculista, havia sido contratado meses antes pelo próprio Poyato para avaliar a segurança de seu depósito. O acesso que ele tivera era total.
A tensão pairou sobre o armazém. Fábio, percebendo que seu porto seguro estava se transformando em um campo de batalha, usou seus contatos. Descobriu que um navio de carga rápido, o “Brisa do Leste”, havia atracado e partido na mesma noite, sem inspeção. A assinatura de Matt Polaco.
Poyato, com a fúria contida de um homem enganado, confrontou Ruggery. “Você desabilitou os sensores de movimento. Só você tinha o código mestre.”
Ruggery não negou. Acenou com a cabeça, quase com respeito. “O trabalho de Matt foi impecável. A substituição. O timing. Mas ele cometeu um erro: subestimou o homem que move as peças no tabuleiro local.”
E então, num movimento que pegou a todos de surpresa, Ruggery sacou não uma arma, mas um telefone. Na tela, uma transmissão ao vivo mostrava a verdadeira estatueta de jade, já em um cofre em outro país, com um cliente que não era nem Poyato nem o colecionador original. “Matt Polaco trabalha para se servir, não para servir”, explicou Ruggery. “Ele me pagou para fazer o trabalho sujo aqui. Mas eu sempre trabalho com um plano de saída.”
Fábio, observando a cena, deu uma risada seca. “No fim, todo mundo foi enganado. Até você, Valdivia. Porque enquanto você fala, o ‘Brisa do Leste’ está sendo revistado pela polícia federal. Meu primo é o capitão.”
Os olhos de Ruggery se estreitaram. O plano perfeito de Matt Polaco começava a desmoronar, não por um herói, mas pela rede de lealdades simples e conhecimento local de um brasileiro.
Jose Poyato guardou a falsificação com um sorriso amargo. “Então, senhores, parece que nesta dança, todos perdemos algo. A não ser o Sr. Polaco, que perderá sua liberdade, e o Sr. Brazilian, que acabou de ganhar um grande favor da polícia.”
Na névoa da manhã, os quatro nomes—Fábio Brazilian, Jose Poyato, Matt Polaco, Ruggery Valdivia—ficaram ligados por um objeto que nenhum deles possuía. Uma história de cobiça, duplo-cross e a dura verdade de que, no mundo das sombras, a confiança é a mercadoria mais rara e perecível de todas. E o rio, indiferente, continuou a fluir, carregando novos segredos em suas águas escuras.




