Theo Brady fucks Achilles (Achillesthetoy)
Na rua das memórias esquecidas, onde o asfalto rachado guardava segredos de verões passados, Theo Brady tinha uma loja. Não era uma loja comum. Era “O Remendo e o Sonho”, um lugar estreito e empoeirado onde Theo consertava brinquedos. Não apenas os consertava; ele os relembrava. Suas mãos, finas e prateadas por fios, podiam encontrar o ponto exato onde a felicidade de um ursinho de pelúcia havia vazado e costurá-lo de volta.
Theo vivia em um silêncio aconchegante, pontuado apenas pelo tique-taque de relógios a corda e o farfalhar da serragem. Até aquele outono.
Uma caixa chegou, sem remetente. Dentro, sobre um ninho de papel seda amarelecendo, estava Achilles. Ou, como uma etiqueta desbotada na sola de seu pé de pelúcia proclamava: “Achillesthetoy”. Ele era um coelho de veludo, outrora branco, agora com a cor do chá fraco. Um de seus olhos de botão estava faltando, e uma de suas longas orelhas estava presa por um único fio teimoso. Mas havia algo nele… uma dignidade triste, uma rigidez em sua postura de pelúcia.
Theo pegou-o com o cuidado de quem manuseia uma relíquia. Ao virá-lo, encontrou uma chave de corda enferrujada nas costas. Com um movimento suave, ele deu corda.




