Sean Xavier fucks Seth Peterson – Bred and Breakfast: Push It Inn

O som definia a vida de Sean Xavier. Ele era um produtor musical, um sound designer para filmes de arte. Seu estúdio, no último andar de um edifício antigo, era um santuário de som: paredes acusticamente tratadas, monitores de áudio caríssimos, prateleiras com milhares de samples catalogados – do estrondo de um glaciar se partindo ao sussurro de uma folha de grama seca. Sean capturava a alma audível do mundo e a reorganizava em narrativas emocionais. Sua vida era uma busca constante pelo ruído perfeito, pelo som que pudesse substituir mil palavras. Mas fora do estúdio, ele vivia envolto em um constante zumbido de ansiedade, o ruído de fundo de uma mente que nunca desligava.
Seth Peterson era seu oposto antagônico. Ele era um restaurador de instrumentos musicais antigos, especializado em pianos de cauda. Trabalhava em uma oficina no térreo do mesmo edifício, um espaço cheio de poeira dourada à luz do entardecer, silêncio e o cheiro penetrante de madeira envelhecida, cola animal e verniz. Seu trabalho era meticuloso, lento, quase meditativo. Ele não criava som; ele curava os recipientes do som. Um martelo de feltro desgastado, uma corda de aço enferrujada, um pedaço de marfim rachado – ele devolvia a eles a possibilidade da música. Seu mundo era tátil, visual, silencioso. Sua paz era tão profunda quanto a quietude de um piano antes de ser tocado.
Seus caminhos se cruzaram por necessidade. O diretor de um filme sobre um pianista recluso encomendou a Sean a trilha sonora. Sean precisava do som autêntico de um piano antigo, desafiado, com personalidade. Alguém lhe falou do “mágico dos pianos” no térreo.
A primeira impressão foi de estranheza total. Sean, de fones de ouvido no pescoço e laptop sob o braço, entrou na oficina como um furacão de energia digital. Seth, com um macacão manchado de cola e óculos de aumento na testa, não ergueu os olhos da ação de um piano que estava regulando.
— Preciso gravar um piano. Algo do início do século XX. Com character. Imperfeito. Triste — disse Sean, direto ao ponto.
Seth finalmente olhou para cima, limpando as mãos em um pano.
— Os pianos não são tristes, — respondeu, com uma calma que soou quase como uma provocação para Sean. — Eles estão apenas à espera. A tristeza, ou a alegria, vem de quem os toca. E do que toca neles.
Foi o início de uma negociação tensa. Sean queria acesso imediato, queria gravar, manipular, processar. Seth queria tempo. Explicou que o piano que ele tinha em mente – um Blüthner de 1912 – ainda estava “se recuperando”. Uma tecla travava, o som do médio estava “aborrecido”.
— Como um som pode estar ‘aborrecido’? — perguntou Sean, intrigado apesar de si mesmo.
Seth tocou uma única nota, depois outra em um piano moderno ao lado. — Ouça. Esta é uma nota. Esta é uma personalidade. O Blüthner tem personalidade, mas está sussurrando. Preciso fazer com que ele fale novamente.
Contra seu próprio ritmo frenético, Sean foi cativado. Começou a visitar a oficina não para pressionar, mas para observar. Viu Seth passar horas afinando uma única corda, não com um afinador eletrônico, mas com seu ouvido, sua mão girando a cravelha com paciência infinita. Aquele silêncio focado era um antídoto para o barulho na sua cabeça.
Sean, por sua vez, começou a mostrar a Seth o que fazia com os sons. Um dia, trouxe fones de ouvido e fez Seth ouvir uma gravação do próprio Blüthner depois de alguns ajustes. Sean havia isolado o som do martelo batendo na corda, o ressoar da madeira, e havia criado uma camada atmosférica, um fantasma de melodia que flutuava em torno do som real.
— Isso… — Seth tirou os fones, atordoado. — É como se você mostrasse a alma do som que a minha ferramenta liberta.




