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BoysToBreed and Mark Tanner

De um lado, no gramado sempre ensolarado, estava **BoysToBreed**. Na verdade, seu nome era Leo, mas ninguém o chamava assim há anos. Ele era a estrela em ascensão da plataforma de conteúdo *”Vibe”*, um universo de beleza meticulosamente construída. Seus vídeos — dancinhas suaves, “get ready with me”, reviews de produtos de skincare — eram banhados num filtro dourado de perfeição. Seu conteúdo era um estudo de sedução suave, de atratividade acessível. O apelido “BoysToBreed” era uma piada irônica com seus fãs, um *branding* ousado que gerava engajamento e, às vezes, polêmica. Sua vida era um espetáculo contínuo, e seu quarto no alojamento luxuoso parecia um estúdio de filmagem.

Do outro lado da praça, encostado no banco de pedra sob a sombra de um carvalho velho, estava **Mark Tanner**. Magro, sérios óculos de armação grossa, sempre com um caderno de esboços ou um livro denso de teoria arquitetônica. Mark era um estudante de mestrado em preservação histórica. Seu mundo era feito de linhas de prumo, proporções áureas em edifícios esquecidos, e do silênpo poeirento de arquivos. Ele via a beleza não em rostos simétricos ou coreografias, mas na forma como a luz da tarde entrava por uma claraboia quebrada numa fábrica abandonada. Para ele, BoysToBreed e seu mundo eram uma distração barulhenta e vazia, o ápice do efêmero.

O conflito foi forçado pelo comitê do campus. O tema da Semana de Integração seria “A Nova Belle Époque: Beleza no Século XXI”, e eles decidiram fazer um concurso inusitado: uma colaboração entre “influenciadores digitais” e “artistas tradicionais”. O algoritmo — ou o destino burocrático — os emparelhou.

O primeiro encontro foi um desastre. Leo, com duas câmeras e um anel de luz, chegou atrasado. Mark, com seu caderno, esperava há quinze minutos exatos.

“Então, a ideia é fazer um conteúdo que funda nosso *expertise*”, começou Leo, sorrindo para a câmera principal antes mesmo de olhar para Mark. “Podemos fazer um ‘making of’ da criação de um… o que você faz mesmo?”

“Desenho. Estudo. Preservo memória material”, respondeu Mark, seco. “E sua proposta soa como a museificação do meu processo para entretenimento descartável.”

Leo baixou a câmera, o sorriso profissional desaparecendo. “Olha, eu também tenho um processo. É comunicação. É estética. Não é menos válido.”

O projeto parecia fadado ao fracasso. Mark propôs desenhar a fachada do antigo Observatório. Leo reclamou da luz irregular. Leo sugeriu um “day in my life” crossover. Mark chamou de “narcisismo instrumentalizado”.

O impasse só foi quebrado por um acidente. Enquanto Mark explicava com paixão as proporções renascentistas do prédio, um vento forte arrancou uma página preciosa de seu caderno de anotações históricas. Leo, com um reflexo surpreendentemente ágil, pulou e a pegou no ar antes que caísse numa poça.

“É… importante?”, perguntou Leo, entregando a folha amassada.

“É. São anotaras de uma palestra que não foi gravada. Obrigado.” Mark falou baixo, genuinamente surpreso.

“De nada. Tenho bons reflexos. Dança, você sabe.”

Naquele momento de silêncio constrangido, Leo realmente *viu* o que Mark estava desenhando. Não era apenas um prédio. Era a maneira como as sombras se alongavam, como os tijolos desgastados contavam uma história. Havia uma beleza ali, crua e não filtrada, mas profundamente *intencional*.

“É… realmente bonito”, admitiu Leo, sem pensar.

Mark olhou para os equipamentos de Leo. “E você… você realmente entende de luz. Não apenas a artificial.”

Foi a partir desse frágil reconhecimento que a ideia nasceu. Em vez de Mark ser um pano de fundo para o conteúdo de Leo, ou Leo ser um intruso no mundo de Mark, eles fariam algo sobre *tradução*.

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