Tobias Sholem (Tobbyass1) gets fucked by Valentin Meunier while on holiday

O armazém abandonado na zona industrial era o reino de Tobbyass1. As paredes cobertas de grafite o provavam: monstros de pichação, assinaturas gigantes e personagens distorcidos de animes que ele via até altas horas. Tobias Sholem, ou apenas “Tobias” para a mãe que não sabia de seu alter-ego, estava finalizando um mural de uma fênix com asas de fogo spray. O cheiro de tinta era seu incenso.
— Só o brilho nos olhos… — ele sussurrou, concentrado, com a luva rasgada e suja.
O som de passos leves, quase silenciosos, ecoou no espaço vazio. Tobias não se virou. Só uma pessoa andava daquele jeito.
— A paleta de cores está particularmente agressiva hoje, Tobias. — a voz de Valentin Meunier era suave, um contraste com o ambiente. Ele usava um casaco fino e limpo, incongruente com a poeira do local. Parou a uma distância segura, observando a obra não como um vândalo, mas como um curador.
— É o que acontece quando a inspiração vem com Red Bull — respondeu Tobias, sem desviar os olhos da fênix. — Veio só para fazer sua análise crítica, Meunier?
Valentin sacou um caderno Moleskine e uma caneta de tinta nanquim.
— Alguém precisa documentar o que o senhor Sholem insiste em chamar de arte. — ele anotou algo. — Mas essa fênix… ela clama por um contraponto. Está poderosa, mas órfã de narrativa.
Tobias finalmente baixou a lata e revirou os olhos.
— Narrativa? Ela é uma fênix. Ela pega fogo e renasce. Fim da história.
— Uma história muito linear. — Valentin apontou para uma parede adjacente, vazia e marcada pelo tempo. — E se a sombra dela não fosse uma sombra, mas um espectro? A memória do que ela era antes das chamas. Algo mais… melancólico.
Tobias ficou em silêncio. Ele odiava admitir, mas a perspectiva de Valentin sempre abria portas em sua mente que ele nem sabia que existiam. Era a dança deles: Tobias criava o caos visual, e Valentin emprestava a alma literária.
— Tá bom, professor. E como você vê esse ‘espectro’?
Valentin se aproximou, pegando um pedaço de carvão do chão.
— Permita-me. Não se preocupe, não mancharei suas roupas de grife.
Com traços precisos e econômicos, Valentin começou a desenhar na parede mofada. Não era a arte vibrante e cheia de atitude de Tobias, mas a silhueta de uma ave fantasmagórica, translúcida, com linhas que sugeriam tristeza e perda. Era a mesma postura da fênix, mas sem fogo, sem vida.
Tobias observou, os braços cruzados. Um sorriso pequeno e relutante surgiu em seus lábios.
— Tá… — ele admitiu, pegando uma lata de spray azul-prateado. — Mas o fantasma vai ter um detalhe em chrome. Porque sim.
Valentin fechou o caderno, escondendo um sorriso de satisfação.
— O chrome, suponho, é um toque de esperança? Ou apenas rebeldia?
— Chama de o que quiser, poeta. — Tobias já começava a preencher a silhueta, dando corpo ao espectro de Valentin. — Só não fala que eu concordei com você.
Enquanto a lata de Tobias assobiava e o carvão de Valentin riscava suavemente o concreto, o armazém não era mais um local abandonado. Era um palco onde o fogo e a memória, a rebeldia e a melancolia, finalmente se encontravam.




