Hugo Carter and Camillo Beischel fuck – Part 1
O silêncio na biblioteca da mansão Beischel era tão profundo que se podia ouvir o zumbido da eletricidade nos lustres de cristal. Hugo Carter, sentado em uma poltrona de couro envelhecido, segurava uma xícara de café que ele não tinha intenção de beber. Ele estava ali para comprar, não para socializar.
À sua frente, Camillo Beischel, com seus cabelos grisalhos impecavelmente penteados e um smoking que parecia parte de sua pele, observava-o com um sorriso cortês que não alcançava os olhos.
— A Carter Solutions faz uma oferta generosa pelo meu império de vinícolas, Herr Carter — disse Camillo, o sotaque alemão suave como seda. — Mas o que você vê? Grãos, barris, lucros? Você vê números.
Hugo ajustou o paletó. — Vejo um ativo subvalorizado, Herr Beischel. Com a logística e a visão da minha empresa, podemos aumentar a participação de mercado em quarenta por cento no primeiro ano.
— Quarenta por cento — Camillo repetiu, como se provasse uma uva azeda. Ele se levantou e caminhou até uma estante, tirando uma garrafa sem rótulo. — Esta é a ‘Beischel Trübe’, de 1947. Meu avô a engarrafou no inverno mais cruel que a Renânia já viu. Ele trocou uma garrafa por um casaco de lã para minha avó. — Ele serviu dois cálices da cor de âmbar escuro. — Você não compra um vinho, Herr Carter. Você compra uma história. Você compra uma alma.
Hugo aceitou a taça. Ele era um homem de dados, de planilhas e de projeções. Aquela conversa poética era um obstáculo. — As almas não aparecem no balanço patrimonial.
— Não? — Camillo sorriu, um gesto verdadeiro pela primeira vez. — Então por que você está aqui? Porque sabe que o nome ‘Beischel’ no seu portfólio vale mais do que os lucros das vinícolas. Você não quer meus vinhos, quer minha herança. E isso tem um preço que sua oferta não cobre.




