Tugs Bunny and Zemir Neyib fuck – Hot and Hairy
A nave de carga *Sem Rumo* era um caixão velho de metal que rugia ao entrar no hiperespaço. Seu capitão, **Tugs Bunny**, era um coelho antropomórfico de orelhas caídas e um casaco de piloto surrado. Ele era um especialista em fugir, um mestre em entregas “discretas” que frequentemente terminavam com tiros e perseguições. Seu único companheiro era um gravador de fita cassete que tocava *rock* clássico e estático, o último vestígio de um planeta chamado Terra que ele nunca conheceu.
Seu destino era a Colônia Gelo K-7, um posto avançado de mineração à beira do espaço conhecido. Sua carga: uma carga selada, paga em créditos não-rastreáveis. Tugs não fazia perguntas. Essa era a primeira regra.
A segunda regra era quebrada quando ele abriu a cápsula criogênica por acidente. Lá dentro, não havia minérios ou armas. Havia um homem. **Zemir Neyib**.
Zemir era esbelto, com olhos amendoados que brilhavam com uma luz interior suave e pele marcada com tatuagens geométricas que pareciam mudar de forma lentamente. Ele não era humano. Era um Ixthariano, uma das poucas raças psiónicas restantes no universo. Calmo, centrado, sua mera presença fazia o ar parar de vibrar.
“Você foi contratado para me devolver aos meus perseguidores?”, Zemir perguntou, sua voz uma melodia tranquila que acalmou instantaneamente o ruído na cabeça de Tugs.
Tugs, de orelhas em pé de susto, balbuciou: “Eles não… mencionaram que a carga era… viva.”
Zemir era um fugitivo. Sua espécie era caçada por corporações que queriam explorar seus poderes psíquicos. Tugs tinha duas opções: completar a entrega e condenar Zemir, ou quebrar seu contrato e ter os caçadores mais impiedosos da galáxia atrás dele.
Ele olhou para os olhos serenos de Zemir, que não mostravam medo, apenas uma aceitação profunda e triste. Tugs resmungou, puxou uma alavanca e desviou a rota.
“Parece que temos um desvio”, ele disse, colocando uma fita de Queen no gravador.
A perseguição foi implacável. A *Sem Rumo* não era uma nave de combate. Tugs dependia de manobras audaciosas e truques sujos, voando através de nebulosas tóxicas e campos de asteróides. Zemir, em vez de se esconder, sentou-se ao lado dele na ponte. Sem tocar nos controles, ele sussurrava avisos na mente de Tugs.
*”Um caça se aproxima pela esquerda. Seu piloto está com medo. Explore isso.”*
Tugs mergulhou a nave em direção a uma nuvem de detritos, fazendo o caça hesitar e recuar.
Eles eram um contraste perfeito. Tugs, todo nervosismo, impulsividade e *rock’n’roll*. Zemir, uma poça de calma, intuição e silêncio psíquico. Tugs consertava os motores com golpes e pragas. Zemir acalmava os sistemas de computador sobrecarregados com um toque de sua mente.
O amor não foi uma declaração, mas uma sincronia. Foi Tugs, compartilhando seus fones de ouvido, vendo os olhos de Zemir se fecharem em êxtase ao ouvir uma guitarra distorcida pela primeira vez. Foi Zemir, pegando a mão trêmula de Tugs após uma manobra quase suicida, não com palavras, mas com uma onda de gratidão e calor que preencheu cada cantinho escuro da mente do coelho.
Numa noite espacial, ancorados nos restos de uma lua morta, Tugs finalmente perguntou: “Por que você está tão calmo? Eles vão nos encontrar.”
Zemir olhou para ele, suas tatuagens pulsando suavemente. “Por milênios, minha espécie procurou por uma frequência no universo. Uma assinatura de caos e lealdade, de medo e coragem incansável. Eu a encontrei. Ela toca ‘Bohemian Rhapsody’ desafinada.”
Tugs riu, um som rouco e raro. “É a única música que importa.”
Quando os caçadores finalmente os cercaram, Tugs preparou-se para uma última investida. Mas Zemir colocou uma mão em seu ombro.
“Deixe-me”, ele sussurrou.
Zemir fechou os olhos. Na tela, as naves inimigas pararam. Suas luzes piscaram em uma sequência caótica antes de se apagarem. Zemir havia sobrecarregado as mentes de todos os pilotos de uma vez, colocando-os para dormir. O esforço fez ele cambalear, seu naraz sangrando um fluido prateado.
Tugs o pegou antes que ele caísse. Segurou aquele corpo esguio contra o seu, o casaco surrado de Tugs manchado de prata.
“Seu idiota”, Tugs murmurou, sua voz embargada. “Você podia ter feito isso o tempo todo.”
“E perder a viagem?”, Zemir sussurrou, exausto, encostando a testa no peito de Tugs. “Eu estava gostando da música.”
E na cabine silenciosa da *Sem Rumo*, o coelho nervoso e o príncipe psíquico encontraram um porto seguro. Tugs Bunny, o fugitivo, descobriu algo pela qual valia a pena parar de correr. E Zemir Neyib, o ser de luz e ordem, encontrou beleza no belo, glorioso e imprevisível caos do coração de seu capitão.




