Wombat Daddy (Kurt Aron) and PharaohPhag fuck

O mundo de Kurt Aron, conhecido nos círculos underground como Wombat Daddy, era um santuário de ruído organizado. Sua oficina, anexa à traseira de uma loja de discos vintage, era um labirinto de sintetizadores analógicos, pedais de efeitos em cascata e fios soltos que pareciam veias pulsantes. Ele criava paisagens sonoras drone, mantras eletrônicos que eram mais feltros do que ouvidos. Wombat Daddy era um tecelão de sombras auditivas, um homem que encontrava conforto na imensidão do ruído branco.

Do outro lado do corredor, separado por uma parede de drywall fina e pouco isolada, estava o estúdio de PharaohPhag.

PharaohPhag era o caos personificado. Seu “estúdio” era um laptop sobre uma mesa tremula, cercado por latas de energético vazias e um microfone pendurado precariamente. Ele era um rapper de hyperpop, um furacão de palavras codificadas, batidas glitchadas e auto-tune distorcido até virar uma arma. Suas músicas eram ataques de ansiedade digitalizadas, confissões explosivas sobre solidão online e uma fome voraz por validação – daí o nome.