A casa na praia era uma relíquia decadente, herdada pelo trio de forma inesperada. Foi lá que seus mundos, antes separados, colidiram e se reorganizaram.
Felix Kamp era um arquiteto alemão, pragmático e de coração guardado a sete chaves. Enxergava a casa como um projeto: telhas quebradas, infiltrações, sistemas elétricos capengas. Para ele, aquele verão era uma lista de tarefas a serem cumpridas com eficiência.
Jack Waters era um surfista e biólogo marinho. Sua existência era moldada pelas marés e pelo sol. Cheirava a maresia e sal. Enquanto Felix media ângulos, Jack media as ondas. Ele era a própria essência daquela paisagem, um espírito livre que considerava o caos da casa parte de seu charme.
Marco Napoli era um chef napolitano que havia fugido de um restaurante estrelado em busca de inspiração. Sua bagunça era criativa: panelas sempre no fogo, temperos espalhados pela mesa, massa fresca secando no varal. Ele alimentava o corpo, mas seu próprio coração estava faminto por algo genuíno.
Os primeiros dias foram um desastre de personalidades. A precisão de Felix era irritada pela descontração de Jack e pela bagunça de Marco. Jack não entendia a frieza de Felix. Marco tentava, em vão, unir todos à mesa com sua comida.
